quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


De Ésquilo (525-455 a.C.), considerado o criador da tragédia, temos hoje a trilogia Oresteia e mais estas quatro tragédias aqui apresentadas no estudo e na tradução. Todas elas têm em comum a reflexão sobre os limites inerentes a todo exercício de poder e sobre o caráter inelutável da justiça divina. 'Os persas' (472 a.C) descreve um fato político recente, a inesperada derrota dos persas na batalha naval de Salamina, após terem invadido a Grécia e capturado Atenas. A derrota de Xerxes, prenunciada por pressentimentos do coro e por sonho e auspício da rainha mãe de Xerxes, mostra como o Nume intervém no curso dos acontecimentos, e assim opera a justiça divina. Em 'Os sete contra Tebas' (467 a.C.), a rixa dos irmãos inimigos, filhos do rei Édipo e da rainha Clitemnestra, não se resolve nem quando, após a batalha, eles estão mortos e a cidade está salva e em paz, pois renasce no interior da família, entre a irmã e o tio dos príncipes mortos. 'As Suplicantes' (463 a. C.) mostra o uso que um grupo de desvalidos exilados faz da coercitiva força do rito da súplica, e assim também os conflituosos limites que se configuram quando esse grupo de suplicantes obtém o suplicado asilo político. 'Prometeu cadeeiro' (479 a.C.) põe em cena os Deuses Krátos ('Poder') e Bía ('Violência'), servos de Zeus, e o Titã Prometeu, inimigo de Zeus. O sentido mitológico das filhas do rio Oceano dá ao mitologema de Prometeu o sentido universal e fundamental, explorado pela reflexão sobre o exercício do poder, neste drama de Deuses e Titãs.

Serviço
Tragédias
Ésquilo
Tradução: Jaa Torrano
432 páginas - R$ 56,00 (em média)
Editora Iluminuras

Nenhum comentário: