Os brasileiros que foram presos na época colonial, acusados de judaismo, homosexualismo, bigamia, feitiçaria, heresias e blasfêmias, todos delitos proibidos pela Igreja e pelo Estado.
Entre eles grande nomes da nossa cultura como Bento Teixeira, o primeiro poeta do Brasil e Antonio José da Silva, o mais importante poeta de língua portuguesa do século XVIII, além de nomes das mais tradicionais famílias brasileiras, como Mesquita, Almeida e Sodré, cujos processos e condenações, algumas delas à fogueira, são listados neste livro.
Foram levados do Brasil 1076 prisioneiros para os cárceres da Inquisição em Portugal, durante a época colonial, porque sentiam e pensavam “diferente”. Judaísmo, luteranismo, islamismo, assim como feitiçaria, sodomia, bigamia, proposições heréticas e blasfêmias, eram considerados crimes e punidos com degradação moral, exílio, confisco, cárcere perpétuo ou morte na fogueira. Como a sobrevivência do Tribunal dependia do confisco, o moloch inquisitorial clamava por mais oferendas, recriando as heresias sempre que arrefeciam.
A Inquisição foi sobretudo uma instituição racista, que discriminava e excluía, por lei, os descendentes de judeus, árabes, ciganos, negros e mulatos, até onde a memória podia chegar. A esta imposição forçada de crença e pensamento, os diversos grupos étnicos responderam com uma contestação clandestina, recusando os dogmas, semeando a livre crítica e perpetuando seus costumes ancestrais.
A este mundo subterrâneo e clandestino luso-brasileiro levam as fontes que são aqui apresentadas, em Inquisição: Prisioneiros dos Brasil, da renomada historiadora e pesquisadora Anita Waingort Novinsky, e que descortinam “outra” história do Brasil, ainda oculta e em grande parte inexplorada.
Serviço
Inquisição: Prisioneiros do Brasil
Anita Novinsky
276 páginas - R$ 45,00 (em média)
Editora Expressão e Cultura
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