Manoel de Oliveira é um caso prodigioso da arte portuguesa contemporânea. Desde logo, pela extensão e importância do seu trabalho cinematográfico, que começa em 1931cultivando o cinema de vanguarda, continua em 1942 inventando o neorrealista, regressa em 1971 propondo uma espécie de nouvelle vague, e, sobretudo, a partir de 1978 e do grande Amor de Perdição, realizando dezenas de longas-metragens com uma qualidade de inovação que foi merecendo um progressivo reconhecimento internacional.
O seu princípio mais importante talvez seja o de tratar a vida como teatro, no sentido em que a vida é já representação, e nada pode existir sem os elementos convencionais que lhe dão sentido: se com o teatro se acede à realidade, sem ele fica-se reduzido à natureza. Portanto, o teatro torna-se a verdade do cinema. Manoel de Oliveira propõe formas de representação que exibem as convenções da representação, expondo a artificialidade que faz parte íntima da experiência humana –e criando assim uma arte constantemente surpreendente.
Serviço:
Manoel de Oliveira: uma presença
Renata Soares Junqueira
288 páginas - R$ 42,00 (em média)
Editora Perspectiva
O seu princípio mais importante talvez seja o de tratar a vida como teatro, no sentido em que a vida é já representação, e nada pode existir sem os elementos convencionais que lhe dão sentido: se com o teatro se acede à realidade, sem ele fica-se reduzido à natureza. Portanto, o teatro torna-se a verdade do cinema. Manoel de Oliveira propõe formas de representação que exibem as convenções da representação, expondo a artificialidade que faz parte íntima da experiência humana –e criando assim uma arte constantemente surpreendente.
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