No início do século XVIII, quando as oportunidades na colônia despontavam por uma estreita relação com o brilho forte do ouro, lavradores, mercadores e aventureiros buscavam espaços onde ganhar suas vidas. Os atores das histórias que se desenrolam ao longo deste período envolveram-se nas mais diversas lides do comércio. Neste livro, a historiadora Maria Aparecida de Menezes Borrego faz uma minuciosa análise desses fatos denominados como “baixa especialização e a diversificação dos negócios”.
Era uma vez uma capitania muito decadente, perdida nos confins da América portuguesa, onde a agricultura era frágil, o comércio escasso e seus moradores viviam da caça aos índios e aos metais preciosos... Essa era maneira de descrever a capitania de São Paulo. Aos poucos, a ideia da decadência passou a ser percebida como parte de um enredo frágil e a própria conscientização sobre isso exigiria, por oposição, uma prosperidade prévia de difícil comprovação. É nesse contexto que A teia mercantil oferece generosa contribuição ao se aventurar pelos meandros do comércio e dos negócios da São Paulo da primeira metade do XVIII, salta aos nossos olhos uma teia de negócios diversificada o suficiente para negar possibilidade de uma economia modorrenta. Em contrapartida, a atividade mercantil desenvolvida por uma centena de personagens, cuidadosamente acompanhados nos vários momentos em que despontam nas fontes documentais, deixa perceber uma realidade bastante diferente.
O desafio colocado no desenrolar do texto fluente nos mostra uma verdadeira peregrinação da historiadora em busca de suas fontes, esparramadas por diversos arquivos. Dessa forma, o leitor irá perceber que, através da trajetória de investigação aqui exposta, é possível compreender as trajetórias dos homens de negócios que ganharam vida ao longo das páginas deste cativante livro.
Serviço
A teia mercantil - negócios e poderes em São Paulo colonial
Maria Aparecida de Menezes Borrego
336 páginas - R$ 68,00 (em média)
Editora Alameda
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