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Nessa busca, os autores revelam um caráter mais humano desse personagem revolucionário, expondo suas forças e fraquezas, sua lucidez e cegueira, seus erros e inabilidades. O que o destacava dos demais personagens políticos da história era a coerência que mantinha entre o discurso e a prática, pensamento e ação. Essa singularidade de agir conforme a palavra é, para Löwy e Besancenot, a razão de Che continuar a fascinar inúmeras pessoas em todo o mundo, principalmente os jovens.
E o fascínio inesgotável leva à atualização de alternativas ideológicas, igualitárias e democráticas inspiradas pelos ideais defendidos por Che. Esse é um campo amplamente discutido nas páginas do livro: seu legado está presente nos inúmeros movimentos sociais que vêm se consolidado nos últimos anos (Fórum Social Mundial, zapatistas, Via Campesina, entre outros) e escancara a influência guevarista para a construção do chamado "socialismo do século XXI".
Além de debater a herança política nos movimentos sociais, principalmente na América Latina, Che Guevara: uma chama que continua ardendo constrói uma interessante narrativa, cheia de detalhes que desvendam a trajetória da guerrilha que ele comandou na Bolívia antes de ser capturado no vilarejo de La Higuera pelo exercito local. Outro mérito da obra é a discussão sobre sua busca constante de um novo modelo de socialismo a partir das ressalvas aos erros cometidos no século XX.
Serviço
Che Guevara: uma chama que continua ardendo
Olivier Besancenot e Michael Löwy
Tradutora: Maria Leonor Loureiro
150 páginas - R$ 24 (em média)
Editora: Unesp
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