quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O teatro da revolução Russa

Obra-prima da arte de vanguarda russa e ponto alto da produção teatral de Maiakóvski, a comédia fantástica O percevejo — redigida no final de 1928 e encenada no ano seguinte — assinala também um ponto de inflexão na trajetória do poeta. Neste texto, o entusiasmo de Maiakóvski com a Revolução de 1917 dá lugar a uma visão crítica do futuro do socialismo, expressa numa sátira contundente que mistura temas jornalísticos, jingles publicitários, mitos pessoais, canções, política, amor e ficção científica.

Apesar do sucesso da peça, a montagem original de O percevejo — com cenários de Ródtchenko, trilha sonora de Shostakóvitch e direção de Meyerhold — foi duramente criticada por dirigentes partidários que acusavam Maiakóvski de ser formalista e pouco didático, o que contribuiu para o desgaste do poeta, que cometeria suicídio um ano depois, em 1930.

No Brasil, a peça foi traduzida e, em 1981, levada ao palco por Luís Antonio Martinez Corrêa. É esta tradução — revista por Boris Schnaiderman, também autor do posfácio e de uma cronologia sobre a vida e a obra do poeta — que agora é oferecida ao leitor, enriquecida com um texto inédito em português do próprio Maiakóvski sobre O percevejo.

Serviço
O percevejo Comédia fantástica em nove cenas
Vladímir Maiakóvski
Tradução: Luís Martinez Corrêa
Cotejo com o original russo e posfácio de Boris Schnaiderman
112 páginas - R$ 29,00 (em média)
Editora 34

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