segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Hungria


Em Libertação, Sándor Márai conta a história da jovem Erzsébet, estudante húngara que luta pela sobrevivência durante o cerco de Budapeste, no fim da Segunda Guerra Mundial

A conhecida habilidade de Sándor Márai em misturar as diferentes vozes da narrativa num discurso polifônico e envolvente encontra uma delicada realização neste pequeno romance, que embora escrito em terceira pessoa incorpora as falas e pensamentos de toda uma cidade sitiada. Erzsébet se esconde das bombas, tiros e morteiros que assolam a capital da Hungria nos últimos dias da ocupação nazista ao mesmo tempo em que cuida obsessivamente da segurança do pai. Nos estertores da Segunda Guerra Mundial, a polícia política do regime colaboracionista intensifica a perseguição ao célebre astrônomo e matemático, cuja reprovação silenciosa ao fascismo e ao antissemitismo o obriga a viver nos subterrâneos da clandestinidade. Enfraquecida pela alimentação e pela saúde precária, cada vez mais isolada num escuro porão convertido em abrigo coletivo, Erzsébet é uma espécie de símbolo vivo de Budapeste e, por extensão, da Hungria. Encurralada entre as atrocidades nazistas e a ocupação soviética, o país, a cidade e a personagem compartilham a angustiosa espera pela libertação, enquanto o futuro se anuncia ao mesmo tempo luminoso e sombrio, promissor e incerto.

Serviço
Libertação
Sándor Marai
Tradução: Paulo Schiller
152 páginas - R$ 36,50 (em média)
Editora Companhia das Letras

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