O livro Fulvio Pennacchi - Seu Tempo, Seu Percurso, que será lançado hopje, às 19h, no James Lisboa Escritório de Arte, é mais que uma biografia do artista nascido na província de Lucca, na Itália, mas que em 1929 chegou a São Paulo e no Brasil viveu até sua morte, em 1992. Parente do pintor por parte do avô, Valerio Antonio Pennacchi é o autor da publicação, um relato alentado com informações e histórias que contextualizam cada importante momento e lugar na vida do artista, dando, assim, uma visibilidade mais ampla sobre sua trajetória.
"Mostro que seu percurso dependeu de um momento crítico e confuso que se passava na história da Itália", diz o pesquisador de arte. De certa forma, no livro, Valerio ressalta os porquês das escolhas de Pennacchi, que ocupa um posto particular na história da arte brasileira. Pennacchi foi sempre fiel à vertente humanista, inspirada no grande renascimento italiano, que fez parte de sua formação na Toscana.
Seu Tempo, Seu Percurso dá bastante espaço para essa questão de desenvolvimento do artista, afetado, por assim dizer, pelo classicismo toscano e pelo movimento de retorno à ordem como resposta à catástrofe que foi a Primeira Guerra na Europa. "Ele tinha todas as opções, até o futurismo já estava velho quando ele se formou", diz Valério.
Fundador - Quando veio ao Brasil, Pennacchi, um dos fundadores na década de 1940 do Grupo Santa Helena, seguiu a sua corrente. Fiel aos preceitos clássicos da beleza, entre meados da década de 1950 e 1964, ele mesmo fez a opção de se relegar do meio da arte, resguardando sua produção para si ao retirá-la do mercado e não participando de exposições.
"Ele não concordava com a pintura abstrata dos anos 1950 e, em vez de lutar, retirou-se, numa atitude que se pode dizer até geniosa e, para mim, o maior erro de sua carreira", diz Valerio Pennacchi, que desde os anos 1960 teve contato muito próximo com Fulvio.
Obra na região - A grande "volta" do artista, segundo Valerio, foi em 1973, com sua retrospectiva realizada no Masp (Museu de Arte de São). Pennacchi produziu muito durante sua trajetória, não apenas fazendo pinturas de temas clássicos e religiosos, como também cerâmicas (entre as décadas de 1950 e 1960) e afrescos - é uma de suas marcas a de ter trazido a prática desta técnica ao Brasil e ter realizado por meio dela as obras da Igreja Nossa Senhora da Paz, em São Paulo.
O Grande ABC possui um de seus afrescos na Igreja de São José , em Ribeirão Pires.
O livro passa por todas as atividades do artista com riqueza de detalhes e de imagens e seu lançamento, no James Lisboa Escritório de Arte, é completado com uma mostra, até dia 2 de dezembro, na galeria, com mais de uma centena de obras, algumas delas, inéditas.
Serviço
Fulvio Pennacchi - seu tempo, seu percurso
Valério Antonio Pennachi
260 páginas - R$ 100,00 (em média)
James Lisboa Escritório de Arte
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