Em uma cultura rica de signos em simbolismos, como a indígena, de que maneira deve ser efetivado o ensino da Matemática? Como os povos indígenas entendem ser a Matemática? Por que queriam aprender Matemática? Para responder a tais questões, cruciais tanto para a Antropologia quanto par a Pedagogia, Pedro Paulo Scandiuzzi vivenciou a experiência de trabalhar com a sociedade kuikuro, no Alto Xingu, relatando suas descobertas e interpretações sobre trocas culturais em Educação indígena X educação escolar indígena, lançamento da Editora Unesp.
Ao relacionar a educação indígena e a educação escolar indígena, ou seja, aquela que é proposta pela sociedade nacional, Scandiuzzi também nos mostra um universo pleno de simbolismos. Trabalhando com o conceito de etnomatemática, penetra no mundo de simbolismo dos kuikuro para, em conjunto com este povo, usufruir de uma nova produção de conhecimento matemático, até então desconhecida por nós. Vemos, como exemplo da complexidade cultural deste povo, que as figuras geométricas não são apenas "desenhos", mas carregam um significado mitológico, fazem parte dessa sociedade "como forma de identidade, de comunicação visual e de transmissão do saber produzido na teoria e na empiria", por meio da observação sistemática do Sol e da Lua.
Motivando os kuikuros a desbravarem o que nós denominamos Geometria a partir do espaço visual da aldeia e da mata, descortina-se a estética das construções, dos artefatos e de todo um ritual que segue formas geométricas. Traz a público conhecimentos étnicos sem desrespeitar o sagrado dessas etnias, construindo pontes de conhecimento, abrindo caminhos entre diferentes saberes e realidades. Para isso, também oferece estratégias para os educadores que atendam as necessidades e respeitem a diversidade cultural das sociedades indígenas.
Serviço
Educação indígena X educação escolar indígena: Uma relação etnocida em uma pesquisa
etnomatemática
Pedro Paulo Scandiuzzi
110 páginas - R$ 26,00
Editora Unesp
Nenhum comentário:
Postar um comentário