Dunga está em dúvida, mas Marcelo Barreto não. Ronaldinho Gaúcho está na seleção dos melhores camisas 10 de todos os tempos. Juntamente com: Zizinho, Pelé, Ademir da Guia, Rivellino, Dirceu Lopes, Zico, Raí, Neto, Rivaldo e Kaká.
O jornalista e apresentador Marcelo Barreto, quebrou a cabeça e recorreu à infância para escolher Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro, lançado pela Editora Contexto. “Nos meus times de futebol de botão, o camisa 10 era a tampinha de relógio ou o galalite que melhor conseguia encobrir o goleiro com a bolinha”, relembra o autor. O autor concluiu que camisa 10, por mais paradoxal que pareça, não é uma camisa, mas uma posição. “É a cara do futebol brasileiro”. Cada história é acompanhada de uma entrevista com personalidades do esporte e ao final um posfácio escrito por Zico: O Galinho de Quintino.
O primeiro capítulo, Zizinho: um camisa 10 no tempo em que o futebol não tinha números ¬– o único da lista que não teve Pelé como referência de camisa 10 – mostra como era o futebol-arte dos anos 1950. A entrevista é com o meio campista Gerson. A seguir foi a vez do homem que deu alma, vida e estigmatizou o 10. Coube a Zagallo descrever o atleta do século XX no capítulo Pelé: o maior jogador de todos os tempos inventou a camisa 10. Barreto revela como a camisa 10 foi parar no corpo de Pelé e as lendas, os bastidores e os fatos que transformaram o menino em Rei.
No terceiro capítulo, Ademir da Guia: o maestro de duas Academias do futebol, o autor apresenta o jogador símbolo do Palestra Itália, aquele que comandava toda uma equipe não com batutas, mas com chuteiras. O entrevistado foi o goleiro Leão, selecionado para o livro Os 11 maiores goleiros do futebol brasileiro. E o próprio Ademir da Guia concedeu entrevista para falar de outro grande camisa 10 no capítulo seguinte, Rivellino: o Reizinho que conquistou muito mais fora do Parque. Dono de um chute poderoso e dribles desconcertantes, Riva ganhou o respeito e a admiração de Maradona. No quinto capítulo, Dirceu Lopes: livre como um passarinho para brilhar ao lado de Tostão, encontramos a história de um gênio que parou as conquistas do Santos nos anos 1960 e ajudou a colocar o Cruzeiro na lista dos grandes clubes brasileiros. Seu parceiro de time, Tostão, que estará no livro Os 11 maiores centroavantes do futebol brasileiro, foi o incumbido de retratar o companheiro em entrevista.
Em Zico: o Galinho que Pelé apontou como sucessor da camisa 10 está a trajetória de glórias e decepções do maior ídolo do Flamengo, um mágico com a camisa amarela, que infelizmente não ganhou nenhuma das três Copas que disputou. O seu grande amigo, o lateral Junior (retratado em Os 11 melhores laterais do futebol brasileiro), foi o entrevistado desse sexto capítulo e revela como era o Galinho na vida e em campo. E por falar em grandes amigos, outro lateral que estará no livro do jornalista Paulo Guilherme, Leonardo, é o entrevistado no capítulo seguinte para falar do craque Raí: de irmão de Sócrates a campeão mundial, galã e ídolo tricolor. O garoto de Ribeirão Preto, que quase foi jogador do Corinthians, marcou toda uma geração de torcedores no São Paulo de Telê Santana e conquistou a França no PSG. O oitavo capítulo, Neto: sempre polêmico, brigando com a balança e conquistando a Fiel, teve como entrevistado o Rei de Roma: Falcão (destaque em Os 11 maiores volantes do futebol brasileiro). Neto, um líder dentro de campo e exímio batedor de falta, era um jogador romântico em plena época de profissionais.
Os três últimos jogadores têm algumas coisas em comum: atuaram juntos com a camisa brasileira e foram campeões mundiais. Em Rivaldo: menino simples, astro avesso à mídia, jogador que conquistou o mundo, Marcelo Barreto conta como o rapaz humilde, mas de toques refinados encantou o planeta da bola. O entrevistado foi Luiz Felipe Scolari, que apostou no seu futebol em 2002, quando muitos não acreditavam mais. O décimo capítulo retrata o jogador Ronaldinho Gaúcho: comparado a Pelé e dado como aposentado. Tudo muito depressa, que anda frequentando todas as rodas de discussão em bares e na mídia. O entrevistado foi Wanderley Luxemburgo. Por fim, coube ao técnico Parreira descrever o jovem que deixo o Morumbi para encantar os gramados do Velho Mundo e hoje é e uma das esperanças da nossa seleção na Copa da África do Sul. A história desse garoto está no capítulo Kaká: muito mais do que um bom moço, campeão na seleção e na Europa.
Entre botões e gramados, Marcelo Barreto conseguiu elaborar uma seleção de ídolos e jogadores acima da média. Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro é mais um livro da coleção 11 maiores..., na qual a Contexto já retratou os técnicos e que até maio deste ano ainda terá no time as obras com os melhores laterais, goleiros, volantes e centroavantes.
Serviço
Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro
Marcelo Barreto
256 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Contexto