sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O inferno de Zaragoza


Sensacional lançamento da editora Francis que em 232 páginas traz obras do artista plástico espanhol radicado no Brasil José Zaragoza. Ricamente ilustrado, essa obra prima reproduz desenhos em atitudes eróticas feitos basicamente de pena, lápis, nanquim, café e barro. Nas palavras do publicitário Roberto Duailibi “Se você olhar cada desenho dessa vigorosa nova série de Zaragoza, vai ouvir até os gemidos e suspiros”.

Serviço
O inferno de Zaragoza
Carlos Franco
232 páginas - R$ 150,00 (em média)
Editora Francis

Arte Ambiente Cidade


O livro “Arte Ambiente Cidade - Rio de Janeiro”, de Mariana Varzea e Roberto Ainbinder, com fotografias de Cesar Duarte, chega às livrarias na terceira semana de dezembro, mostrando uma perspectiva nova da beleza do Rio de Janeiro, vista a partir de sua coleção de arte pública, a maior do Brasil. Por ter sido capital da Colônia, do Império e da República, nas praças e ruas da cidade encontra-se um acervo monumental cultivado entre os séculos 18 e 21. Essa coleção é formada por obras assinadas por artistas pioneiros como Mestre Valentim e Rodolfo Bernadelli; fundidores exímios como Eduardo de Sá e Humberto Cozzo; ícones da arte moderna como , Celso Antonio, Franz Weissmann, Amilcar de Castro e Aloísio Carvão; mestres do muralismo como Portinari, Burle Marx e Paulo Werneck; arquitetos brilhantes como Francisco Bologna; e artistas contemporâneos que têm projetado a arte brasileira no mundo, como Angelo Venosa, Waltércio Caldas, José Resende e Ivens Machado.

A coleção da cidade do Rio contém, entre outras, uma das sete novas maravilhas do mundo: o Cristo Redentor; e uma variedade excepcional de chafarizes e obras em ferro fundido franceses. O trabalho de Mariana Varzea, Ainbinder e Duarte resulta em um acervo de preciosidades, selecionadas entre mais de 570 “obras de arte” presentes no espaço público carioca. Não se pretendeu neste livro esgotar o assunto, mas ressaltar a sua importância e relevância para a história cultural do Rio de Janeiro e do Brasil.

Serviço
Arte Ambiente Cidade
Mariana Varzea
198 páginas - R$ 65,00 (em média)
Editora Uiti

Tem um louco solto na Amazônia


Há espaço para os loucos no mundo? Essa é a questão central do romance “Tem um louco solto na Amazônia” do jornalista e fotógrafo Felix Richter. Quem é o louco? Aquele que segue o sistema, ou aquele que percebe as falhas e confronta o sistema? Na Grécia antiga, dizia-se: “Louco é aquele que perdeu tudo, menos a razão”.

Em julho de 2004, um avião monomotor é sequestrado na Amazônia, e o piloto, dado como morto pelas autoridades brasileiras. Alguns meses adiante, uma jornalista recebe a informação de que o piloto pode estar vivo, iniciando uma queda-de-braço com o governo federal, que se recusa a fazer buscas pelo piloto na Floresta da Amazônia. Aos poucos, o desaparecimento do piloto transforma-se em um escândalo nacional.
Um romance empolgante, envolvendo a busca por sobrevivência do piloto na Amazônia, garimpos ilegais, escravidão, filantropia, pistoleiros, prostituição, corrupção, política, desmatamento da floresta, paisagens deslumbrantes, animais selvagens, e, principalmente, a transformação do ser humano quando reinserido em seu habitat original, a natureza.

Obs: O livro está disponível para o Kindle pelo site do Amazon

Serviço
Tem um louco solto na Amazônia
Felix Richter
300 páginas - R$ 25,00 (em média)
Céu Azul de Copacabana Editora Ltda

Coleção Senac de Fotografia 7 - Paula Sampaio


Para resgatar imagens de sua infância e realizar dois de seus projetos desenvolvidos paralelamente à sua carreira de fotojornalista, Paula percorreu a Transamazônica. Tem trabalhos premiados no Brasil e no exterior e é integrante da associação Fotoativa, grupo de fotógrafos do Pará.

Serviço
Coleção Senac de Fotografia 7 - Paula Sampaio
Simonetta Persichetti
76 págians - R$ 25,00 (em média)
Editora Senac

The art of andré S. Solidor


In the persona of Andre S. Solidor, veteran photographer Elliott Erwitt plunges deeply into the kookier excesses of contemporary photography. Connotation, denotation, "relevance," Andre S. Solidor's "best masterpiece to date" features an "exuberantly eclectic" selection of topics--smoking fish heads, pneumatic mannequins in inconguous poses, not to mention some "up-close and personal" shots of Solidor himself. Plus for all you postmodernist groupies out these, there's context and commentary galore. Did we mention the gratuitous nudity?

Serviço
The art of andré S. Solidor
Elliott Erwitt
Sem tradução
420 páginas - R$ 100,00 (em média)
Editora teNeues

Grandes Expedições à Amazonia Brasileira


Este é um livro sobre as grandes expedições à Amazônia brasileira, que, desde o século XVI, percorrem suas terras e produzem vasto material iconográfico e científico sobre a região. A obra é ilustrada com mais de 270 imagens de mais de dez acervos nacionais e estrangeiros. São, portanto, 430 anos de história abordados por essa obra.

Serviço
Grandes Expedições à Amazonia Brasileira
João Meirelles Filho
244 páginas - R$ 140,00 (em média)
Editora Metalivros

A morte de um caixeiro vijante e outras quatro peças


'A Morte de Um Caixeiro-Viajante' conta a história de Willy Loman, um vendedor de sessenta e poucos anos que vê sua vida familiar e profissional sucumbir à revelia de sua ilusão de grandeza. Willy crê representar o típico herói do sonho americano, por mais que o relativo fracasso de sua vida deponha em contrário. A ambígua relação de dependência com o filho Biff, no qual projeta o sucesso que ele próprio gostaria de ter alcançado, é o principal conflito da trama.

Serviço
A morte de um caixeiro vijante e outras quatro peças
Arthur Miller
Tradução: José Rubens Siqueira
216 páginas - R$ 38,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Coleção Língua Cantada


Com capas do artista gráfico Andrés Sandoval, a coleção Língua Cantada oferece ao leitor livros de bolso sobre discos importantes da música popular no Brasil. Em cada volume, o autor, ligado de alguma forma ao universo da música e da cultura brasileira escreve num formato livre sobre seu disco favorito. Músicos, escritores, acadêmicos, críticos, produtores e poetas integram esta coleção, propiciando aos leitores a análise da fértil e tradicional relação que se estabelece no país entre a literatura e a música popular. Assim, Paulo Henriques Britto escreveu sobre 'Eu quero é botar meu bloco na rua', de Sérgio Sampaio.

Serviço
Coleção Língua Cantada
96 páginas - R$ 20,00 cada volume
Editora Língua Geral

Pensamento alemão no século 20


Pensamento alemão no século XX, 28º título da Coleção Ensaios, reúne onze textos de especialistas brasileiros na obra de grandes pensadores alemães do século passado, a partir de dois critérios: o que significaram em sua época e qual o legado que nos deixaram.

Entre os pensadores comentados estão Max Weber (por Gabriel Cohn), Sigmund Freud (por Renato Mezan, que você lê na íntegra no menu ao lado), Martin Heidegger (Zejlko Loparic), Walter Benjamin (Jeanne Marie-Gagnebin) e Theodor Adorno (Vladimir Safatle). Cada colaborador faz, ainda, um balanço de como esses intelectuais foram interpretados no Brasil, influenciando diferentes áreas do conhecimento.

Os textos reunidos são versões escritas das palestras proferidas no Goethe-Institut de São Paulo, entre setembro e novembro de 2007, durante o ciclo “Pensamento Alemão no Século XX”. Ao final do volume, há sugestões bibliográficas para o leitor interessado em se aprofundar nos assuntos abordados.

Serviço
Pensamento alemão no século 20
Organização: Jorge de almeida e Wolfgang Bader
312 págians - R$ 69,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

São Paulo - Metrópole das Utopias


A editora Lazuli e a Companhia Editora Nacional lançaram São Paulo metrópole das utopias – histórias de repressão e resistência no arquivo Deops (Laluzi, 512 páginas, R$49,00) obra organizada pela professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Maria Luiza Tucci Carneiro.

O livro traz documentos de arquivos do Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (Deops), até então sob a guarda do Arquivo Público Estadual. Escrito com a colaboração de pesquisadores do Projeto Integrado Arquivo do Estado (Proin), da USP, tem como fio condutor a história da repressão e da resistência na cidade de São Paulo.

A cidade foi um multiplicador de vozes dissidentes que, em vários idiomas, romperam os silêncios impostos pelo poder. A partir de 1995, com a abertura dos arquivos diplomáticos e policiais, os tabus começam a ser quebrados, e a publicação deste material pode ser considerada como uma experiência positiva de uma sociedade democrática que procura conhecer o seu passado.

A obra apresenta também um vasto material iconográfico, com fichas de suspeitos tidos como subversivos, imigrantes suspeitos de pertencer a movimentos revolucionários, fichas policiais, propostas de admissão de organizações, jornais proletários, manifestos, jornais estrangeiros e charges e fotos que retratam a força da resistência aos carrascos e perseguidores de utopias.

Serviço
São Paulo - Metrópole das Utopias
Organização: Maria Luiza Tucci Carneiro
512 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora Lazuli / Companhia Editora Nacional

Commonwealth, Michael Hardt e Antonio Negri


O livro completa uma trilogia sobre a globalização inicada com "Império" e "multidão"

Everyone seems to agree that our economic system is broken, yet the debate about alternatives remains oppressively narrow. Hardt and Negri explode this laustrophobic debate, taking readers to the deepest roots of our current crises and proposing radical, and deeply human, solutions. There has never been a better time for this book.
-- —Naomi Klein, author of The Shock Doctrine (20091001)

Commonwealth, last and richest of the Empire trilogy, is a powerful and ambitious reappropriation of the whole tradition of political theory for the Left. Clarifying Foucault's ambiguous notion of biopower, deepening the authors' own proposal for the notion of multitude, it offers an exhilarating summa of the forms and possibilities of resistance today. It is a politically as well as an intellectually invigorating achievement.
--Fredric Jameson, Duke University

Commonwealth [is] the latest book by Michael Hardt and Antonio Negri, whose Empire and Multitude have, arguably, been the dominant works of political philosophy of the new century...[It's] the much-anticipated final volume of the Empire trilogy. (Artforum )

When Empire appeared in 2000, it defined the political and economic challenges of the era of globalization and, thrillingly, found in them possibilities for new and more democratic forms of social organization. Now, with Commonwealth, Michael Hardt and Antonio Negri conclude the trilogy begun with Empire and continued in Multitude, proposing an ethics of freedom for living in our common world and articulating a possible constitution for our common wealth.

Drawing on scenarios from around the globe and elucidating the themes that unite them, Hardt and Negri focus on the logic of institutions and the models of governance adequate to our understanding of a global commonwealth. They argue for the idea of the “common” to replace the opposition of private and public and the politics predicated on that opposition. Ultimately, they articulate the theoretical bases for what they call “governing the revolution.”

Though this book functions as an extension and a completion of a sustained line of Hardt and Negri’s thought, it also stands alone and is entirely accessible to readers who are not familiar with the previous works. It is certain to appeal to, challenge, and enrich the thinking of anyone interested in questions of politics and globalization.

Serviço
Commonwealth
Michael Hardt e Antonio Negri
Sem tradução
434 páginas - R$ 60,00 (em média)
Harvard Universit Press

Linguagem e mente, Noam Chomsky

Referência obrigatória nos estudos sobre linguística, Linguagem e mente chega a sua terceira edição com um novo prefácio e com o acréscimo de um capítulo em que Noam Chomsky aborda a biolinguística. Agora, neste lançamento da Editora Unesp, o brilhante teórico da sintaxe discute sob novos ângulos até que ponto os princípios da linguagem são exclusivamente dependentes das características biológicas dos indivíduos, questão que o levou a conduzir uma revolução cognitiva nos anos 60 do século passado.

O novo texto desta coletânea de ensaios é o resultado da participação de Chomsky em conferência para o grande público realizada em 2004, na qual resgata a força de uma teoria biolinguística que já tomava corpo ao redor de seus estudos nos anos 1950, quando se opôs ao estruturalismo behaviorista. O recente ensaio aborda alguns dos importantes desenvolvimentos das últimas décadas e torna mais acessível o pensamento do autor, possibilitando ao leitor compreender os esforços despendidos para "biologizar" a linguagem.

Acompanhando as novidades dessa edição estão os consagrados ensaios que marcaram a história do estudo da linguística. Os primeiros capítulos apresentam as ideias de Chomsky sobre a natureza e a aquisição da linguagem como um sistema biológico, dotado geneticamente (Gramática Universal), cujas regras e princípios adquirimos como conhecimento interiorizado. Há espaço para apresentar a interpretação semântica de estruturas sintáticas e abordar as relações com a psicologia e a filosofia.

Em conjunto com a reflexão que trabalha as novas investigações empíricas, Chomsky revitaliza mais uma vez as áreas afins da aquisição e do processamento da linguagem. Com isso, Linguagem e mente abre perspectivas inaugurais para "novos e entusiasmantes desafios para o estudo da linguagem, em particular, e para os problemas sobre a mente, em geral".

Serviço
Linguagem e mente (3ª edição)
Noam Chomsky
Tradução: Roberto Leal Ferreira
341 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora Unesp

Correspondência Sigmund Freud


Com este livro o leitor brasileiro pela primeira vez tem acesso aos bastidores de uma das mais famosas relações entre pai e filha da história: a correspondência trocada durante 34 anos por Sigmund Freud, pai da psicanálise, e Anna Freud, a caçula dos seus seis filhos e a única a seguir seus passos profissionalmente. Escritas entre 1904 e 1938, as cerca de 300 cartas aqui reunidas formam um vasto e valioso panorama da intimidade da família Freud ao mesmo tempo em que compõem um registro único da gênese e do desenvolvimento da psicanálise.

Encontram-se nas cartas impressões sobre a vida em família, nascimentos e mortes, problemas de saúde, o fantasma do nazismo e da guerra, a convivência afetiva e intelectual entre pai e filha, as pesquisas de Freud e, posteriormente, também de Anna, além de um mosaico sobre as pessoas que permearam essa convivência, como alunos, amigos e colegas de trabalho.

Acompanha-se, sobretudo, o desenvolvimento do 'demônio negro', apelido pelo qual Freud chamava a filha mais nova, de quem foi psicanalista. De criança problemática e precoce, Anna passou a mulher independente e determinada, que subverteu as convenções sociais da época. Analista mundialmente reconhecida, foi a grande guardiã do legado intelectual paterno – legado que ela aprofundaria e desenvolveria, sobretudo no campo de estudos da psicanálise infantil.

A Correspondência oferece ainda um painel da cultura da época, retratando uma família judia de classe média nas primeiras décadas do século XX e revelando as belas paisagens da Áustria, Inglaterra, Hungria e Itália.

Essa primeira oportunidade de ler a correspondência reunida de Sigmund e Anna Freud – um verdadeiro diálogo de dois gênios que foram interlocutores privilegiados um do outro – é enriquecida pela introdução e pelas notas da antropóloga Ingeborg Meyer-Palmedo, organizadora desta inestimável fonte de pesquisa científico-histórica sobre o início da psicanálise

Serviço
Correspondência
Sigmund Freud e Anna Freud
Tradução: Kristina Michahelles
520 páginas - R$ 83,00 (em média)
Editora LP&M

Poesia reunida - Euclides da Cunha


No centenário da morte de Euclides da Cunha, o leitor tem pela primeira vez acesso ao conjunto integral de seu acervo poético. Fruto de extensas pesquisas de Leopoldo Bernucci e Francisco Foot Hardman, Poesia reunida - Euclides da Cunha reúne a obra poética completa de Euclides, inclusive versos que permaneciam inéditos até este momento.

Quem já conhece o grande narrador do épico de Canudos, aqui pode se aprofundar nos traços estilísticos e retóricos deste autor ímpar. Mas os versos falam por si. Seus méritos decorrem da contribuição que acrescentam à história da cultura brasileira, da literatura, da crítica e da poesia. Versos que, no diálogo com a estética e a filosofia, revelam a complexa transição do romantismo ao modernismo no Brasil, entre as duas últimas décadas do século XIX e a primeira década do século XX.

Os temas das poesias de Euclides da Cunha vão do repúdio à escravidão e da utopia revolucionária republicana à metafísica do eu e da vida humana desgarrada da religião. Ele fala de morte e de glória, panteísmo e anticlericalismo, sem deixar de denunciar a miséria social, de fazer a militância antimonarquista e de acentuar o seu patriotismo.

Para organizar este Poesia reunida - Euclides da Cunha, Leopoldo Bernucci e Francisco Foot Hardman primeiro se deparam com o desafio de encarar duas realidades textuais distintas: a dos manuscritos não publicados - e muitas vezes rejeitados por Euclides - e os que foram editados, dispersos em jornais e periódicos. Também há de ser levar em conta os estados de conservação de tais manuscritos e mesmo as precárias condições editoriais dos poemas publicados para que tenhamos em justa conta os obstáculos enfrentados para que este livro ganhasse corpo e vida.

Sobre os organizadores - Leopoldo Bernucci é professor titular de estudos latino-americanos na Unviersidade da Califórnia, em Davis. Foi professor visitante na USP e também lecionou nas universidades de Yale, do Colorado e do Texas (Estados Unidos). É autor de História de um malentendido (Peter Lang), A imitação dos sentidos (Edusp), e organizador de Discurso, ciência e controvérsia em Euclides da Cunha (Edusp), entre outros livros. Francisco Foot Fardman é professor titular na área de Literatura e outras Prouções Culturais na Unicamp e pesquisador do CNPq em Literatura Brasileira. É autor, entre outros, de A vingança da Hileia e Nem pátria, nem patrão, e organizador de Morte e progresso, todos pela Editora Unesp.

Serviço
Poesia reunida - Euclides da Cunha
Euclides da Cunha
Organizadores: Leopoldo Bernucci e Francisco Foot Hardman
496 - págians - R$ 68,00 (em média)
Editora Unesp

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A condição humana - As aventura do homem em tempo de mutações



Sabemos que hoje o pensamento vem a reboque dos acontecimentos. O estilo de vida e concepções de mundo atuais são superficiais e mecânicos, e os antigos paradigmas são insuficientes para entendê-los. Vivemos na confluência de um mundo que não acabou e outro que ainda não se realizou completamente, um novo fenômeno a que se pode denominar mutação. Esta obra coloca em discussão não apenas a condição do ser humano e suas relações neste contexto de mutabilidade, como também seu extremo, o não humano, a partir de três eixos: os fundamentos do humano, visões trágicas do humano e os caminhos para o póshumano. Ensaios de Francis Wolff, Franklin Leopoldo e Silva, Renato Lessa, Newton Bignotto, Jean-Pierre Dupuy, Oswaldo Giacóia Júnior, Francisco de Oliveira, Vladimir Safatle, João Camilo Penna, Luis Alberto Oliveira, Joëlle Proust, Antonio Cícero, Sérgio Paulo Rouanet, Eugênio Bucci, Maria Rita Kehl, Marcela Iacub, Pascal Dibie, Slavoj Zizek e MD Magno.

Serviço
A condição humana - As aventura do homem em tempo de mutações
Organização: Adauto Novaes
483 páginas - R$ 40,00 (em média)
Sesc SP

Todas as famílias felizes


Uma cruel leitura da vida privada e pública – é o que propõe Carlos Fuentes, um dos mais importantes escritores contemporâneos, nesta coletânea de contos, ironicamente intitulada Todas as famílias felizes. Neste lançamento da Rocco, o renomado autor mexicano retrata em 16 histórias os diferentes perfis de família e as suas dinâmicas únicas. As tramas têm como cenário a Cidade do México num período que abrange desde meados do século XX, mostrando seu lado ainda tímido e um tanto rural, até os anos 2000, quando assume a pecha de modernidade e caos típicos de uma megalópole. Palcos passados e presentes para os espetáculos de vida e morte. Recortes da sociedade, as famílias são os espelhos das eras.

Serviço
Todas as famílias felizes
Carlos Fuentes
240 páginas - R$ 37,00 (em média)
Editora Rocco

Tehiru


Como é possível – indaga Ili Gorlizki nesta transposição ficcional do universo seiscentista, com a sua problemática e a sua mentalidade decorrentes do embate das religiões nas suas formas mais cruéis, como a perseguição a judeus, muçulmanos e hereges, a inquisição e a caça às bruxas – como é possível, pois, que a ideia messiânica, cuja realização suscitou tantas falsas profecias quantos foram seus messias, como é possível que essa ideia enfeitiçasse tanto o homem de ciência quanto a gente comum, o rico e o pobre, os judeus e os cristãos, em nações altamente desenvolvidas e dominantes, do mesmo modo que em outras tiranizadas e avassaladas? Tal é a indagação que o leitor, guiado pelo autor nessa fascinante aventura textual, será tentado a desvendar através das linhas de Tehiru, como se buscasse a luz que, nascida da mesma fonte do espírito, banhou o claro-escuro de Rembrandt, a pesquisa lógicometafísica de Spinoza e as trevas pejadas de revelação, em que o cabalista procurou o supremo desvelamento da essência da condição humana e do sentido maior de seu estar-aí no mundo.

Serviço
Tehiru
Illi Gorlizki
Tradução: Nancy Rozenchan e Margariada Goldsztajn
240 páginas - R$ 54,00 (em média)
Editora Perspectiva

Coisas que o povo diz


Neste livro, estão reunidas pesquisas e notas sobre cultura popular. Segundo o autor, algumas pequenas que resumem as conclusões dispensáveis e longas, e pesquisas um pouco maiores para as considerações necessárias à valorização do assunto propriamente dito.

Serviço
Coisas que o povo diz
Luis Câmara Cascudo
160 págians - R$ 35,00 (em média)
Editora Global

Inteligência Brasileira - Uma reflexão cartesiana


Neste livro, o pensador alemão Max Bense, que visitou o Brasil durante a década de 1960, observa um dos momentos altos da cultura brasileira. Mesclando relato de viagem e interpretação, narra sua convivência com artistas e intelectuais como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Volpi, Lygia Clark, Lucio Costa, Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos.

Serviço
Inteligência Brasileira - Uma reflexão cartesiana
Max Bense
Tradução: Tercio Redondo
240 págins - R$ 33,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

A Palavra Pintada


Autor, entre outros sucessos, do cultuado romance A fogueira das vaidades, o gênio do new journalism Tom Wolfe propõe uma visão apurada e cheia de ironia sobre o universo da arte no século XX em A palavra pintada. Num domingo de 1974, quando folheava o The New York Times, o jornalista e escritor encontrou uma crítica de arte atacando novos pintores sob a alegação de que suas obras careciam de uma teoria convincente que as embasasse – este foi o ponto de partida para que concebesse este título. De Pollock aos minimalistas, passando especialmente pelos críticos norte-americanos do pós-guerra, ninguém escapa ao humor mordaz e à lucidez de Wolfe. Publicado originalmente em 1975, esta obra-prima ganhou um epílogo em 1981 e permanece atual até hoje, pois continua questionando e fazendo pensar todos aqueles que se interessam pela arte e não apenas pela teoria por trás dela.

Serviço
A palavra Pintada
Tom Wolf
Tradução: Lia Wyler
240 págins - R$ 20,00 (em média)
Editora Rocco

Estética Relacional


Estética relacional traz ao leitor essas novas formas de atividade artística, indo de Maurizio Cattelan, com ratos alimentados com queijo, passando por Bel Paese, até chegar a Noritoshi Hirakawa e seu pequeno classificado à procura de uma jovem que quisesse participar de sua exposição.

São as realizações do cotidiano humano, por meio da prática artística e da tentativa da arte em abrir algumas passagens, que efetuam algumas ligações e colocam em contato diferentes níveis de realidade.

Serviço
Estética Relacional
Nicolas Bourriarud
Tradução: Denise Bottmann
240 páginas - R$ 21,00 (em média)
Editora Martins

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Primeira Individual - 25 anos de crítica de arte


'Primeira individual - 25 anos de crítica de arte' reúne 52 textos da produção de Antonio Gonçalves Filho entre 1983 e 2008. As críticas, reportagens e entrevistas cobrem um período abrangente do desenvolvimento da arte brasileira, desde a Semana de Arte Moderna de 22 a Cildo Meireles e Nuno Ramos, passando por expoentes como Hélio Oiticica, Lygia Pape e Mira Schendel.

Serviço
Primeira Individual - 25 anos de crítica de arte
Antonio Gonçalves Filho
240 páginas - R$ 55,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Matisse - Imaginação, Erotismo, Visão Decorativa


Esta coletânea, organizada pela crítica de arte Sônia Salzstein, reúne ensaios sobre a obra do pintor francês Henri Matisse (1869-1954) que mostram visões consagradas sobre o artista de críticos como Louis Aragon, Roger Fry e Clement Greenberg e também contemporâneas, como as de Ronaldo Brito, Robert Kudielka, Iole de Freitas, Paulo Pasta, T.J. Clark e Yves-Alain Bois.

Os textos, muitos deles publicados pela primeira no Brasil, ou produzidos especialmente para o volume, traçam um panorama sobre a influência das relações pessoais e profissionais na obra do pintor e aspectos específicos como a presença do erotismo em seus desenhos e o uso decorativo das cores em suas telas. A edição inclui um caderno especial de imagens, com quarenta reproduções coloridas das obras comentadas nos ensaios, anexada à orelha do volume, que permite a leitura do texto acompanhando os detalhes da imagem. Este é o décimo segundo volume da coleção Outros Critérios, que objetiva a formação de público e massa crítica, sobretudo no campo da arte moderna e contemporânea.

Serviço
Matisse - Imaginação, Erotismo, Visão Decorativa
Organização: Sonia Salztein
Tradução: Denise Bottmann
Editora Cosac Naify

O Menino mais esperto do mundo


Lançado em 2000 nos Estados Unidos, Jimmy Corrigan, o menino mais esperto do mundo é considerada uma das mais importantes histórias em quadrinhos não apenas da última década, mas de toda a história das HQs. O prestígio quase unânime se deve, entre outros motivos, a um enredo sofisticado e parcialmente autobiográfico de temática adulta e ao estilo gráfico inconfundível de Chris Ware, caracterizado por seu detalhismo, por sua inspiração na publicidade e no design gráfico americano do início do século XX, por sua estrutura cronológica intrincada e também pela exploração ousada das possibilidades narrativas dos quadrinhos.

Publicada originalmente em série na revista do próprio autor, Acme Novelty Library, e também no periódico de Chicago New City, a graphic novel tem como protagonista Jimmy Corrigan, um tímido e solitário homem de meia-idade que trabalha numa repartição e vive reprimido pela mãe carente e dominadora. A trama principal tem início quando Jimmy recebe uma carta do pai que nunca conheceu e viaja a uma pequena cidade de Michigan para encontrá-lo no feriado de Ação de Graças. Seu contato com o pai, o avô e uma meia-irmã adotiva desdobra-se numa série de episódios constrangedores e claustrofóbicos que parecem não deixar qualquer espaço para a aproximação afetiva.

Outras tramas desenvolvem-se em paralelo na forma de flashbacks, sonhos e delírios motivados pela fértil imaginação de Jimmy em suas duas versões, criança e adulto. Mas é o relato da dura infância do avô de Jimmy que se impõe gradualmente como o segundo eixo do livro, tendo como evento marcante a Feira Mundial de Chicago de 1893. A morte da avó, a ausência da mãe, a opressão do pai (bisavô de Jimmy) e as agruras típicas de um menino tímido e frágil são contadas com inventividade técnica e grande carga de tristeza e lirismo.

Embora Jimmy Corrigan não seja uma obra autobiográfica, há nela elementos declaradamente inspirados na vida do autor. Chris Ware foi contatado pelo pai desconhecido na época em que trabalhava no livro, e as frustrantes e breves tentativas de vê-lo e estabelecer algum vínculo supostamente influíram no comportamento do pai do protagonista e na dificuldade que os dois têm em criar uma relação.

Outra característica da obra é o uso de logotipos, peças publicitárias, artigos de jornal e brinquedos de armar fictícios que surgem integrados ao fluxo da narrativa.
Em seu conjunto, Jimmy Corrigan configura um retrato amargo da prisão da timidez e aborda o significado dos laços de sangue e da vida em família com uma franqueza livre de qualquer idealização. Ao mesmo tempo, a fuga íntima da imaginação e a poesia dos pequenos detalhes percorrem essas páginas fazendo lembrar ao protagonista, e ao leitor, que a redenção pode e tende a surgir quando menos se espera.

Serviço
Jimmy Corrigan - O Menino mais esperto do mundo
Chris Ware
Tradução: Daniel Galera
388 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Cinema Brasileiro - Propostas para uma história


Há muito tempo esgotada, a obra agora recebe edição revista e ampliada, que inclui uma coletânea de artigos publicados por Jean-Claude Bernardet ao longo dos últimos trinta anos.

Nessa história política do cinema brasileiro, o autor mostra como, durante boa parte do século XX, o Brasil foi um país sem produção cinematográfica industrial e com dificuldade de engendrar uma expressão cultural própria. No conforto de consumir cinema importado, o espectador brasileiro habituara-se a "ler" os filmes. A produção nacional surgiu do esforço de um grupo de pessoas com diferentes interesses na área do cinema e respondeu tanto ao apelo nacionalista como ao desejo de criar uma área de ação no país.

Cinema brasileiro: propostas para uma história suscita e alimenta o debate sobre cinema e política cultural, discutindo as principais características que marcaram e atravessaram a sétima arte no Brasil.

Serviço
Cinema Brasileiro - Propostas para uma história
Jean-Claude Bernardet
336 páginas - R$ 25,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

O Frio e o Cruel


“O destino de Masoch é duplamente injusto”, resume Deleuze, um dos mais importantes pensadores contemporâneos. Sacher-Masoch, que inspirou a formulação do neologismo “masoquismo”, teve ao longo dos anos sua obra praticamente esquecida e associada com os escritos do Marquês de Sade. O filósofo realiza uma brilhante leitura comparativa entre as obras do austríaco e de Sade, atento ao valor literário e ao viés psicanalítico. Um livro que ilustra bem a ideia deleuziana de que o artista ou o escritor é um pensador tanto quanto o filósofo ou o cientista.

“Para Deleuze, a literatura é uma atividade clínica, e o grande artista é mais um médico do que um doente.” Roberto Machado, professor de filosofia da UFRJ.

Serviço
Sacher-Masoch - O frio e o Cruel
Gilles Deleuze
Tradução: Jorge Bastos
240 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Zahar

Habermas


Na obra 'A Lógica das Ciências Sociais' o leitor é obrigado a reconhecer o caráter decisivo tanto do autor quanto do livro. Habermas é um pensador que procura atrair diversas vozes para a constituição de seus textos. Atravessando os problemas relativos à fundamentação das ciências humanas, passando por uma discussão com a psicanálise e com a hermenêutica gadameriana, o autor apresenta aqui uma oportunidade de se aprender a essência da filosofia contemporânea. Mas é a hermenêutica que está fundamentalmente em questão nos textos aqui traduzidos - a hermenêutica que logo se transformará para Habermas em ética discursiva e que será ainda mais aprofundada por Gadamer a partir das críticas feitas por Habermas.

Serviço
A lógica das Ciência sociais
Jürgen Habermas
Tradução: Marco Antônio Casanova
336 páginas - R$ 62,00 (em média)
Editora Vozes

O historiador como colunista


O historiador como colunista, do historiador inglês Peter Burke, contém uma seleção de seus artigos escritos para o jornal Folha de São Paulo, em que o Brasil é um personagem muito freqüente, mas não único. Nos últimos 14 anos, o autor falou sobre diversos temas em sua coluna bimestral, que vão desde globalização a objetos e hábitos do dia a dia. A preocupação com o entendimento do Outro pode ser observada em toda a obra.

O olhar de estrangeiro curioso perpassa todos os textos do autor, que quando não falam do Brasil, fazem alguma referência à cultura ou história do país. “... há nos textos deste livro um detalhe a mais a fascinar o leitor: o Brasil diverso do das interpretações que as mentes colonizadas só reconhecem na história de países emblemáticos da história ocidental e contemporânea”, afirma o doutor em Sociologia José de Souza Martins, autor do texto de orelha do livro.

Como especialista em História da Cultura, Peter Burke oferece ao leitor uma série de textos sobre elementos do cotidiano sob a ótica social e cultural. O Carnaval foi alvo de sua análise, que enfatiza o Brasil como ícone mundial desta festa, e apresenta as origens e trajetória desta grande festa ao longo dos séculos. Futebol, roupas, shopping centers e asseio são outros assuntos tratados por Burke.

O sucesso das biografias entre os leitores brasileiros e internacionais é pensada pelo autor em diversos textos. Personagens de várias épocas misturam-se entre os escolhidos: Sérgio Buarque de Holanda, Habermas, Hobsbawn são alguns deles. Todos eles são alvo de reflexão, que sempre leva em consideração o contexto histórico do personagem.

Culturas distantes também são temas dos textos do historiador. Em suas análises ele busca mostrar a diferença entre as sociedades, para que o leitor possa assim compreender e respeitar o Outro. A história das ideias e mentalidades aparecem em artigos como ”A história do futuro”, “Empréstimo cultural”, “O que é corrupção?”, entre outros.

Serviço
O historiador como colunista
Peter Burke
Tradução: Roberto Muggiati
322 páginas - R$ 39,90 (em média)
Editora Civilização Brasileira

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Em busca do tempo perdido




Em busca do tempo perdido dispõe os sete livros originais em apenas três volumes. São dezenas de personagens que se cruzam em histórias de amor, ciúme e inveja, na França da Belle Époque. A narrativa vai passando do detalhe ao painel e do painel ao detalhe sem projeções definidas, num constante reajuste de tudo aquilo que nunca será perfeitamente ajustado. A obra é um retrato da sociedade de uma época, um mergulho no universo da burguesia francesa que permite ao leitor sentir as divergências entre nobres e burgueses.

Serviço
Em busca do tempo perdido
Marcel Proust
Tradução: Fernando Py
2.448 páginas - R$ 115,50 (em média)
Editora Ediouro

Paranoia


A obra 'Paranoia' é uma publicação que reúne 19 poemas de Roberto Piva e fotografias do artista plástico Wesley Duke Lee. Muitas tradições literárias entrecruzam-se nesta obra. Entre elas, vale citar a da meditação andarilha pela cidade, marcada por Baudelaire e cuja influência varreu o mundo, alcançando a metrópole periférica de Mário de Andrade e do modernismo da primeira geração como um todo. Vale registro também o influxo dos poetas beat norte-americanos, com sua apologia do desejo irrefreado, seu destemor diante da alternância entre os registros alto e baixo, sua livre associação de idéias e referências e sua adesão ao escape proporcionado pelas drogas.

Serviço
Paranoia
Roberto Piva
208 páginas - R$ 60,00 (em média)
Instituto Moreira Salles

A vida dos Artistas


Em As vidas dos artistas, o crítico norte-americano Calvin Tomkins lança mão da biografia como uma maneira de compreender a obra dos criadores retratados no livro. Para o autor, a vida desses artistas é de tal forma parte de sua criação que não é possível dissociar uma da outra – uma vez que a arte é, entre outras coisas, a abordagem das questões humanas.

Atualizados a partir de textos originalmente publicados entre 1999 e 2008 na revista The New Yorker, os perfis enfocam as trajetórias de Damien Hirst, Cindy Sherman, Julian Schnabel, Richard Serra, James Turrell, Matthew Barney, Maurizio Cattelan, Jasper Johns, Jeff Koons e John Currin. Esses retratos entretecem as questões biográficas e formativas de cada um deles e as diferentes formas de lidar com a arte adotadas pelos artistas, em suas diversas possibilidades de expressão – como pintura, escultura, fotografia, instalações, videoarte.

Calvin Tomkins busca debater a nova identidade do artista e colocar o leitor diante de possíveis definições do que seria arte – numa época em que, como ele mesmo diz, “todas as antigas exigências caíram ou se tornaram opcionais”.

“Fazer arte é, ao mesmo tempo, mais fácil e mais difícil do que costumava ser. As mudanças radicais na arte e na sociedade que se iniciaram nos primeiros anos do século XX geraram um novo tipo de artista, cuja primeira obrigação era inventar ou descobrir uma nova identidade. [...] A liberdade ilimitada do artista moderno tem sido um fardo interminável. Se a arte pode ser qualquer coisa, por onde começar?”

Serviço
As vidas doas Artistas
Calvin Tomkins
Tradução: Denise Bottman
280 páginas - R$ 57,00 (em média)
Editora Bei

The Jazz


Crafted with a musician's ear and an historian's eye, Pops is a vibrant biography of the iconic Louis Armstrong that resonates with the same warmth as ol' Satchmo’s distinctive voice. Wall Street Journal critic Terry Teachout draws from a wealth of previously unavailable material – including over 650 reels of Armstrong's own personal tape recordings – to create an engaging profile that slips behind the jazz legend's megawatt smile. Teachout reveals that the beaming visage of "Reverend Satchelmouth" was not a mark of racial subservience, but a clear symbol of Louis's refusal to let anything cloud the joy he derived from blowing his horn. "Faced with the terrible realities of the time and place into which he had been born," explains Teachout, "he didn't repine, but returned love for hatred and sought salvation in work." Armstrong was hardly impervious to the injustices of his era, but in his mind, nothing was more sacred than the music. --Dave Callanan

Louis Armstrong was the greatest jazz musician of the twentieth century and a giant of modern American culture. He knocked the Beatles off the top of the charts, wrote the finest of all jazz autobiographies--without a collaborator--and created collages that have been compared to the art of Romare Bearden. The ranks of his admirers included Johnny Cash, Jackson Pollock and Orson Welles. Offstage he was witty, introspective and unexpectedly complex, a beloved colleague with an explosive temper whose larger-than-life personality was tougher and more sharp-edged than his worshipping fans ever knew.

Wall Street Journal arts columnist Terry Teachout has drawn on a cache of important new sources unavailable to previous Armstrong biographers, including hundreds of private recordings of backstage and after-hours conversations that Armstrong made throughout the second half of his life, to craft a sweeping new narrative biography of this towering figure that shares full, accurate versions of such storied events as Armstrong's decision to break up his big band and his quarrel with President Eisenhower for the first time. Certain to be the definitive word on Armstrong for our generation, Pops paints a gripping portrait of the man, his world and his music that will stand alongside Gary Giddins' Bing Crosby: A Pocketful of Dreams and Peter Guralnick's Last Train to Memphis: The Rise of Elvis Presley as a classic biography of a major American musician.

Serviço
Pops: A life of Louis Armstrong
Terry Teachout
496 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Houghton Mifflin Harcourt

Cabrera Infante

O romance Três tristes tigres é um emaranhado de histórias que apresentam os tipos da noite de Cuba - escritores, intelectuais, artistas, cantoras e prostitutas

Serviço
Três Tristes tigres
Guillermo Cabrera Infante
Tradução: Luis Carlos Cabral
518 páginas - R$ 69,00 (em média)
Editora José Olympio

Verbetes de literatura


O Dicionário de lugares imaginários, de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi, é um guia de viagem por lugares inexistentes - ou melhor, existentes apenas no terreno imaginário da ficção. Os autores fizeram um amplo levantamento de paisagens estranhas e exóticas, de cidades, países, ilhas, paraísos utópicos, mundos subterrâneos, muitos deles cenários de aventuras incríveis e, muitas vezes, absurdas. O livro percorre a história da literatura, da Abadia de O nome da rosa ao País das Maravilhas, passando por locais menos famosos como Agzceaziguls e Cacklogallinia. Só não foram considerados paraísos, infernos e lugares localizados no futuro.

Cada verbete é uma pequena obra de ficção inteligente e bem-humorada. Os locais são tratados como se de fato existissem, com descrições detalhadas, fiéis à fonte original. Entre as diversas informações, há a localização geográfica e a história dos lugares, o comportamento de seus habitantes, a flora e a fauna, pontos turísticos e até recomendações gastronômicas. Mapas e ilustrações enriquecem os tópicos. O viajante literário tem a oportunidade de conhecer paisagens inusitadas como Frívola, a terra das maravilhas tênues, com seus cavalos tão frágeis que ninguém pode montá-los. Ou Capilária, região povoada por mulheres loiras gigantescas que devoram os bullpops (criaturas pequenas e indefesas, semelhantes a órgãos sexuais masculinos). Ou ainda Pauk, uma sala vazia cujo único habitante é uma aranha gigantesca. Diferente de uma obra de referência usual, utilizada apenas para consultas eventuais, o Dicionário de lugares imaginários pode ser lido linearmente do começo ao fim. Esta edição foi enriquecida com alguns lugares famosos da literatura brasileira, como Antares, o Ateneu, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, o Liso do Sussuarão e a lendária Pasárgada, do poeta Manuel Bandeira.

Serviço
Dicionário de Lugares Imaginários
Alberto Manguel e Gianni Guadalupi
400 páginas - R$ 72,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

O fio da Navalha


Darrel é um combatente da primeira guerra mundial que viu morrer o seu melhor amigo por ele. Este choque provocou em Larry o desejo de compreender o sentido da vida e partir da vida confortável que o conformismo lhe oferecia. Desfaz o noivado com Isabel e parte por esse mundo fora. Na busca do seu objectivo começa por frequentar obsessivamente bibliotecas, vive num mosteiro, trabalha numa mina de carvão, trabalha como lavrador à jorna e chega até a viver na Índia como eremita onde atinge a "iluminação".

Os outros personagens representam os outros contrastes do mundo, desde aqueles que consideram a cultura uma posse exclusiva de uma elite estanque, em que ser culto é uma condição que se deve ao “status” e não por ter conhecimentos, considerando todos fora da sua esfera como pobres analfabetos. Até aqueles que buscam a autodestruição devido às agruras que a vida lhes ofereceu. Maugham expõem aqui toda a mesquinhez e futilidade de um “jet-set” do inicio do século XX, cujo sofrimento é banal e insignificante face a quem realmente sofre e que também por isso, caminhava a passos largos para a decadência, numa América do Norte e Europa em constante mudança e instabilidade.

Numa visão mais ampla este livro é um confronto de um mundo velho contra aquilo em que se transforma, um instável mundo novo que busca novos caminhos em diferentes direcções. Partindo desde o fim do primeiro conflito mundial e os “loucos anos vinte”, passando pela crise de 29 e chegando até aos meados da década de 30 do século XX.

O autor Somerset Maugham é um dos personagens que estabelece a ponte entre todos os outros personagens numa escrita fantástica, que nada deixa ao acaso. Brinca com todos os pormenores, mas sem fazer descrições maçadoras, conseguindo fazer com que o leitor sinta todos os ambientes descritos no livro, que acaba por se tornar numa agradável companhia.

Serviço
O Fio a Navalha
Somerset Maugham
Tradução: Lino Vallandro e Vidal Serrano
560 págians - R$ 23,00 (em média)
Editora Globo

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

São Paulo - A fundação do Universalismo


A partir do discurso do apóstolo Paulo, tido como o fundador do cristianismo, o filósofo Alain Badiou formula uma investigação sobre os fundamentos do universalismo. Para o intelectual francês, Paulo inaugura um novo discurso, distinto da filosofia grega e da lei dos judeus, fundado na experiência e portador de uma nova perspectiva, a universalidade. Ao longo desse ensaio, Badiou aborda a conexão paradoxal feita por Paulo entre um sujeito sem identidade e uma lei sem suporte, que funda a possibilidade de uma predicação universal na história.

Serviço
São Paulo - A fundação do Universalismo
Alain Badiou
Tradução: Wanda Caldeira Brant
144 páginas - R$ 32,00 (em média)
Editora Boitempo

Adorno


Essa poderia ser classificada como a obra-prima de Adorno se o seu pensamento permitisse o conceito tradicional de obra-prima. Isso porque, nesse texto, Adorno justifica seu procedimento filosófico, pondo as cartas na mesa e oferecendo uma metodologia de seus trabalhos materiais. Leitura essencial para os estudiosos do pensamento de Adorno, e uma arma vital na tarefa de dar sentido aos tempos modernos.

Serviço
Dialética Negativa
Theodor Adorno
Tradução: Marco Antonio Casanova
352 páginas - R$ 59,00 (em média)
Editora Zahar

Fronteira Amazônica


'Fronteira Amazônica' cobre os 150 anos em que os primeiros cientistas europeus exploraram as riquezas naturais da Amazônia. Vários encontros com as novas tribos continuaram ocorrendo durante o século XIX, particularmente quando o monopólio seringueiro fez de Manaus uma cidade de fronteira e quando o número de indígenas diminuiu, fato que os transformou de inimigos ferozes a objetos de estudos antropológicos ou da literatura romântica. Neste livro, John Hemming cobre o período que vai da expulsão dos jesuítas até a criação do Serviço de Proteção ao Índio no Brasil e abertura de uma nova era de tolerância para com seus povos nativos.

Serviço
Fronteira Amazônica
John Hemming
Tradução: Antonio de Padua Danesi
712 páginas - R$ 108,00 (em média)
Editora Edusp

Comércio e Canhoneiras


Na década de 1890, momento de grandes esperanças quanto às possibilidades de superação das travas do passado colonial e monárquico brasileiro, os Estados Unidos eram vistos no Brasil simultaneamente como modelo a ser copiado e como contrapeso ao domínio econômico e diplomático da Grã-Bretanha. No reverso da medalha, a América Latina e o Brasil, em um mundo marcado pela expansão imperial das potências europeias, eram compreendidos por importantes grupos políticos e empresariais norte-americanos como centrais para o fortalecimento dos Estados Unidos. A partir de ampla pesquisa, Steven C. Topik demonstra como as trajetórias dos dois países se inter-relacionaram na conjuntura crítica da fundação da república brasileira e da montagem do poder imperial norte-americano.

Para tanto, o autor aborda episódios pouco analisados: o primeiro tratado bilateral da República, que estabelecia condições privilegiadas - mas potencialmente desiguais - para as trocas comerciais entre os dois países, e o envolvimento norte-americano na Revolta da Armada (1893-94). Os dois eventos servem como porta de entrada para a composição desse livro esclarecedor a respeito das forças que moldaram e que vêm moldando a ordem econômica e política mundial contemporânea.

Serviço
Comércio e Canhoneiras - Brasil e Estados Unidos na Era dos Impérios
Steven C. Topik
Tradução: Angela Pessoa
512 páginas - R$ 63,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

O historiador e suas fontes


Como o pesquisador, na prática do seu oficio, pode trabalhar com fotografias, obras literárias, cartas, diários, discursos e pronunciamentos, testamentos, inventários, registros paroquiais e civis, processos criminais, materiais produzidos por órgãos de repressão ou mesmo com as inúmeras fontes do patrimônio cultural? Em O historiador e suas fontes, um grupo de historiadores experientes responde a essa questão, expondo um repertório variado de fontes interessantes e suas formas de utilização.

A obra mostra também por que certos documentos adquirem maior ou menor relevância ao longo do tempo e em que isso afeta a História e a memória. Fala ainda de como os debates historiográficos, ao sabor das tendências modernas e pós-modernas alteram o uso das fontes históricas e afetam o ofício do historiador. O historiador e suas fontes é, portanto, uma instigante discussão sobre teoria e prática da História.

Leia aqui a apresentação do livro

Serviço
O historiador e suas fontes
Organização: Carla Bassanezi Pinsky e Tania reginal de luca
336 páginas - R$ 45,00 (em média)
Editora Contexto

Cada um na sua lei


Durante décadas dedicado à história econômica e social do Brasil colônia e da América Espanhola, Stuart Schwartz agora nos apresenta obras de história cultural e põe em xeque as interpretações que absolutizam a intolerância religiosa vigente na Época Moderna.

Serviço
Cada um na sua lei - Tolerância Religioa e Salvação no mundo atlântico Ibérico
Stuart B. Schwartz
Tradução: Denise Bottmann
244 páginas - R$ 30,00 (em média)
Editora Edusc e Companhia das Letras

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Na Ilustrada de 05/01, a jornalista Denise Mota discutiu o livro o "Diccionario del Habla de los Argentinos" que será lançado em abril na Argentina e que contém 11 mil verbetes de gírias e expressões populares argentinas. A obra será editada pela Academia Argentina de Letras e a editora Emecé.

A jornalista ressalta que o lançamento integra uma série de eventos que relembram o bicentenário da revolução que abriu caminho para a independência argentina, comemoração que ocorrerá no dia 25 de maio de 2010.

Entre os termos que a Denise Mota aponta que entraram na publicação estão termos do século 19 que caíram em desuso, outros específicos de determinados momentos históricos da Argentina e termos da oralidade moderna do país.

Click aqui e leia a matéria da Folha (exclusivo para assinantes Folha e UOL)

Click aqui e veja o link da publicação na argentina

Serviço
Diccionario del Habla de los Argentinos
Academia Argentina de Letras e Emecé
Lançamento em Abril

Escritos


Os três volumes dos Escritos de Sônia Viegas reúnem textos que a própria autora decidiu publicar em livros, revistas acadêmicas e jornais, mas também algumas transcrições de conferências, debates e anotações, e, por fim, cartas, depoimentos e imagens. Filosofia viva inclui temas da história da filosofia, assim como sua dissertação de mestrado sobre Guimarães Rosa; Filosofia e arte reúne artigos de filosofia da cultura: comentários de literatura, artes plásticas, teatro e cinema; Vida filosófica mostra, através de cartas e depoimentos, o vigor filosófico da vida da autora. Sônia Viegas atuou intensamente na vida cultural de Belo Horizonte: suas aulas e conferências ficaram conhecidas como verdadeiras obras de arte, pelo vigor de sua entrega e também pela vibração que provocava em seus ouvintes. Como professora de filosofia, pesquisadora e educadora, pensa de modo perspicaz e original as questões que lhe são propostas, seja no âmbito específico da filosofia, seja no das artes ou da educação. O que marca sua reflexão é a capacidade de relacionar as questões clássicas com os problemas do presente, revitalizando as primeiras e conferindo novas significações aos últimos.

Serviço
Escritos
Sônia Viegas
3 volumes - R$ 120,00 (em média)
Editora Tessitura

O tempo e o Cão


A psicanalista e escritora Maria Rita Kehl parte da suposição de que a depressão é um sintoma social contemporâneo para desenvolver os três ensaios que compõem seu novo livro: O tempo e o cão, a atualidade das depressões.

Escrito a partir de experiências e reflexões sobre o contato com pacientes depressivos, o livro aborda um tema que, apesar de muito comentado, é pouco compreendido e menos ainda aceito atualmente.

Para abordá-lo, Maria Rita faz um apanhado do lugar simbólico ocupado melancolia, desde a Antigüidade clássica até meados do século XX, quando Freud trouxe esse significante do campo das representações estéticas para o da clínica psicanalítica. Para ela: “Freud privatizou o conceito de melancolia; seu antigo lugar de sintoma social retornou sob o nome de depressão.”

O livro toca também na relação subjetiva dos depressivos com o tempo, chamado pela autora de temporalidade. Para a construção deste pensamento, são utilizados conceitos dos filósofos Henry Bergson e Walter Benjamin, ambos dedicados à reflexão sobre essa questão.

A clínica das depressões do ponto de vista da psicanálise está presente no terceiro ensaio, a começar pelo estabelecimento das distinções fundamentais entre a depressão e a melancolia. Aqui, a autora busca estabelecer as diferenças entre a posição subjetiva dos depressivos e as circunstâncias que determinam episódios pontuais de depressão nos obsessivos e nos histéricos.

Reconhecida pela longa e compromissada trajetória profissional, Maria Rita Kehl lança seu segundo livro pela Boitempo Editorial. Acessível e profundo, O tempo e o cão desperta o interesse não somente daqueles que têm relação direta com a psicanálise, mas também de quem deseja compreender a fundo a ação dos mecanismos sociais sobre a subjetividade humana.

Serviço
O tempo e o Cão
Maria Rita Kehl
304 páginas - R$ 39,00 (em média)
Editora Boitempo

Maquiavel


Esse livro parte da seguinte pergunta: na perspectiva de Maquiavel, qual a condição para o exercício e manutençãodo poder político? Se a instituição de um Estado não costuma dispensar o uso da força, a conservação do poder abre uma dimensão diferente no domínio da ação: para manter-se no poder, o homem político deve ser capaz de entrar no jogo da aparência. Mas esse jogo não pode ser reduzido à manipulação da imagem ou à aplicação de uma técnica da ilusão. O que está em questão é a constituição de um lugar para a ação política: o lugar do príncipe.

Serviço
Maquiavel - Política e Retórica
Helton Adverse
240 páginas - R$ 34,00 (em média)
Editora Universidade Federal de Minas Gerais

A morte da Realeza

Em meio aos episódios tumultuosos e sangrentos que compõem a saga da Revolução Francesa, um deles se destaca pela ausência quase total de violência e aparente inocuidade - a fuga do rei Luís XVI, na noite de 20 de junho de 1791, abortada 36 horas depois no vilarejo de Varennes. Com a pressão popular de 1789, o monarca fora obrigado a deixar a distante Versalhes e instalar-se no palácio das Tulherias, no centro de Paris, bem como tivera de engolir artigos da nova Constituição que limitavam muito seus poderes. Insatisfeito e considerando-se prisioneiro num palácio úmido e frio, ele se passa ridiculamente por burguês e, acompanhado de toda a família, tenta escapar para Montmédy, na fronteira leste do país, onde estão forças monarquistas leais. Acontece que no meio do caminho ele é reconhecido e mandado de volta para a capital. A própria Assembleia tenta abafar o alcance do evento, fingindo acreditar num 'rapto' do rei, preocupada que está em institucionalizar a Revolução e retomar a vida 'normal' do país. Mas a verdade é que essa 'viagem' representa uma fratura na história francesa e terá consequências indeléveis - ela destrói a imagem de um Luís XVI paternal, provoca o divórcio entre o rei e a nação, lança sobre o monarca a suspeita de traição ao povo, abre espaço para a ideia republicana até então pouco divulgada e renova a turbulência revolucionária que desembocará no Terror, do qual Luís XVI será uma das primeiras vítimas.

Serviço
Varennes - A Morte da Realeza
Mona Ozourf
Tradução: Rosa Freire d´Aguiar
240 páginas - R$ 53,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Gulag


O colapso da União Soviética trouxe à tona detalhes sobre um dos maiores crimes contra a humanidade cometidos no século XX. Coberto com um véu de segredo, o Gulag compreendia uma série de campos de concentração que atravessava o país. Suas localizações foram apagadas dos mapas oficiais, mas, ao lado do exílio forçado, eram um dos principais instrumentos do terrorismo de Estado do totalitarismo comunista. Neles, milhões de criminosos e, principalmente, prisioneiros políticos trabalharam como escravos, em condições sub-humanas, para ajudar a desenvolver e sustentar a cambaleante economia soviética da Revolução de 1917 até os anos 80. Com acesso a documentos do antigo regime e relatos de sobreviventes, Anne Applebaum conta a história desse massacre, do ponto de vista de seus planejadores e de suas vítimas, escrevendo definitivamente o nome Gulag na galeria da infâmia mundial, ao lado de outros como Treblinka, Sobibor e Auschawitz.

Serviço
Gulag - Uma história dos Campos de Prisioneiros Soviéticos
Anne Applebaum
Tradução: Mário Vilela e Ibraíma Tavarees
400 páginas - R$ 99,00 (em média)
Editora Sinergia

O Aventuroso


'O Aventuroso Simplicissimus' é um daqueles grandes clássicos da literatura universal que fazia falta. Nele, Hans Jacob Christofell Grimmelshausen (1622-1676) nos fala de um mundo em convulsão. Um mundo em guerra onde os indivíduos estão sujeitos a um jogo de forças sustentado pelas diferenças entre classes do Ancien Régime. É um mundo de atrocidades, de fome, de desgraças. Ao mesmo tempo, cria um herói que, como o Quixote de Cervantes, já anuncia um indivíduo cujo valor se desenha para além daquelas distinções de classe.

Serviço
O Aventuroso Simplicissimus
Hans J. C. von Grimmelshausen
Tradução: Mário Luiz Frungillo
Editora Universidde Federal do Paraná

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cadernos de Infância

'Cadernos de infância' é um antigo álbum de fotos a ser resgatado e folheado, com um olhar curioso e terno. Publicado originalmente em 1937, marca a passagem definitiva da autora do gênero poético para a prosa.

Serviço
Cadernos de Infância
Norah Lange
Tradução Joana angélica d´Ávila Melo
244 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Record

Pornopopéia


É difícil dar uma idéia, para quem não estava na área naquele momento, do que significou o lançamento do livrinho “Tanto faz”, de um então recém-balzaquiano Reinaldo Moraes, pela editora Brasiliense em 1981. Para nós, a quem cabia desempenhar o papel de “novíssima geração” do momento, era como se a história do desbunde de um bolsista brasileiro em Paris finalmente introduzisse na literatura brasileira uma sintaxe, um vocabulário, um humor, uma sujeira, uma inteligência e uma falta de modos que atualizavam por aqui, de um golpe só, todo o lado B do século 20, de Knut Hamsun aos Beats. Sim, tínhamos coisas pop como “PanAmérica” de José Agrippino e “Catatau” de Leminski, entre outras, mas “Tanto faz” era diferente. Lia-se sem nenhum tropeço, puro prazer. Não soava como experimentalismo ou como a busca consciente – e inevitavelmente impostada – de uma voz “jovem”. Aquilo parecia natural no cara.

Serviço
Pornopopéia
Reinaldo Moraes
244 páginas - R$ 44,00 (em média)
Editora Objetiva