terça-feira, 16 de março de 2010

Iberê Camargo - Origem e Destino - Vera Beatriz Siqueira

Este livro traz um painel extremamente cuidadoso e enriquecedor, tanto para os que conhecem e acompanham a obra de Iberê Camargo (1914-93), quanto para aqueles que procuram uma introdução ao universo do artista. A professora Vera Beatriz Siqueira (1962-) do Instituto de Artes da UERJ, refaz a trajetória do pintor desde seus primeiros desenhos no interior do Rio Grande do Sul, passando pelos estudos no Rio de Janeiro e Europa, no ateliê de André Lhote. Os quatro capítulos marcam suas diferentes fases da pintura e desenho, ressaltando sua relação com os objetos (principalmente os carretéis e garrafas) e a busca pelo gesto criador. Ilustrados com 51 imagens, cada capítulo traz ao final um comentário analítico de críticos como Rodrigo Naves e Ronaldo Brito, que jogam luz sobre algumas das principais telas do artista. Influenciado por Guignard, Iberê Camargo é um dos mais importantes artistas brasileiros do século xx. Foi premiado como o melhor pintor nacional na VI Bienal de São Paulo (1961). Era também desenhista e gravador.

Serviço
Iberê Camargo - Origem e Destino
Vera Beatriz Siqueira
112 páginas - R$ 29,00 (em média)
Editora Cosac & Naify e fundação Iberê Camargo

Qorpo-Santo Inovação e Conservação - Marco Antonio Arantes


Tido como um dos autores mais complexos e estranhos da língua portuguesa, a escrita e a vida de Qorpo-Santo giram em torno da incongruência e da dubiedade expressas na Ensiqlopèdia, obra composta por pequenos textos de aforismos, crônicas e observações de natureza literária, política, filosófica, jurídica e religiosa. Neste livro, Marco Antonio Arantes analisa a vida e a obra de Qorpo-Santo, ou José Joaquim de Campos Leão, apoiando-se nas teses de Michel Foucault acerca do estatuto do autor na obra literária. Para o autor, Qorpo-Santo com a Ensiqlopèdia apresenta-se múltiplo, incapaz de ser apanhado como autor ou lido como obra acabada. Sua escrita fragmentada, revisada, contradita, acompanhada da publicação de laudos médicos, sentenças judiciais e demais afirmações sobre sua vida privada e pública explicita a atualidade da construção da autoria.

Serviço
Qorpo-Santo Inovação e Conservação
Marco Antonio Arantes
224 páginas - R$ 31,00 (em média)
Editora Edusp

Eu sou o Último Judeu - Chil Rajchman


“Estamos preocupados, pois o trem fez meia-volta. Olhamos uns para os outros. O que está acontecendo? Constato que estamos perdidos. É o fim.” Chil Rajchman, em um dos muitos momentos em que achou que seria assassinado.

Nenhum campo de extermínio foi tão longe na racionalização do assassinato em massa quanto Treblinka. Lá, cerca de 750.000 judeus foram mortos. Apenas 57 sobreviveram. Chil Rajchman foi um deles. Por dez meses, sobreviveu ao absoluto terror. Carregou cadáveres em decomposição. Extraiu dentes dos mortos para que os nazistas aproveitassem o ouro, lavando-os em vasilhas cujos restos de água sanguinolenta mataram a sede de outros prisioneiros. Testemunhou suicídios, empalamentos, centenas de execuções. Foi chicoteado diariamente, teve tifo, sarna. Em agosto de 1943, Chil e outros prisioneiros conseguiram pôr em prática um plano de revolta. Ele foi um dos últimos judeus a escapar de Treblinka. Seu relato avassalador e detalhado, escrito ainda durante a guerra e até agora inédito, vem a público acompanhado por fotografias, mapas e a planta do campo de extermínio. Um importante testemunho do que preferíamos esquecer, mas não podemos.

Serviço
Eu sou o Último Judeu
Chil Rajchman
Tradução: André Telles
152 páginas - R$ 28,00 (em média)
Editora Jorge Zahar

As mulheres na guerra - Cluade Quétel


O livro mostra a grande importância que tiveram as mulheres na 2ª Guerra Mundial, o trabalho pesado nas fábricas e nos campos. Sua participação assídua seja com uma posição doméstica ou nas frentes de batalha. Esse livro é a primeira grande síntese sobre a verdadeira participação e contribuição das mulheres e seu pouco reconhecimento na história, sempre relegadas a segundo plano quando o assunto era sobre guerra.

Serviço
As mulheres na guerra
Cluade Quétel
Tradução: Ciro Mioranza
248 páginas - R$ 49,90 (em média)
Editora Larousse

Pegando Fogo - Richard Wrangham


“Wrangham é um ícone da antropologia moderna.” Veja

Nesse livro surpreendente e transformador, Richard Wrangham redesenha completamente nossa compreensão sobre nós mesmos com sua original “hipótese do cozimento”. Para ele, ao contrário do que se pensa desde Darwin, passamos a cozinhar antes de nos tornarmos homens, e nos tornamos homens justamente porque passamos a cozinhar.

O autor une áreas diversas para defender sua teoria, sempre com um texto claro e ao mesmo tempo profundo. Entre histórias sobre comunidades de dieta crua ou vegetariana, sobreviventes na selva e no mar, o cotidiano alimentar de esquimós, índios brasileiros e aborígenes australianos, ele nos conta sua própria experiência no território selvagem dos chimpanzés – onde viveu com eles e, sobretudo, comeu o que eles comem.

Serviço
Pegando Fogo
Richard Wrangham
Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges
228 páginas - R$ 34,00 (em média)
Editora Jorge Zahar

Khadji-Murát - Liev Tolstói


História e memória são as matérias-primas desta narrativa que põe em cena o líder rebelde caucasiano Khadji-Murát em sua luta contra a incorporação da Tchetchênia e do Daguestão pelos russos. A região até hoje é foco de instabilidade política, o que dá surpreendente atualidade a este livro publicado em 1910, ano da morte do escritor.

Foi no agreste Cáucaso que o jovem Liev Tolstói serviu como oficial do exército, décadas antes; a experiência repercutiria em seus últimos dias, quando o escritor, agora um ativista em prol dos perseguidos pelo regime czarista, voltou a interessar-se por aquele povo infenso à dominação imperial. Estamos em território russo, mas o cenário não é aquele a que estamos habituados. Não se trata dos personagens aristocráticos que falam francês e desfilam pelos salões de Moscou e Petersburgo, nem de soldados e outros tipos populares eslavos que povoam as narrativas de Tolstói. O escritor aqui é um orientalista que se mostra fascinado pela marca da cultura islâmica em pleno Império Russo, e que está simbolizada na capa do livro, com a imagem de uma espada curva que mimetiza o Crescente. A espada, típica dos guerreiros da região, faz parte do acervo do Museu Hermitage.

Serviço
Khadji-Murát
Liev Tolstói
Tradução: Boris Schnaiderman
224 páginas - R$ 39,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

A Criação Imperfeita - Marcelo Gleiser


O físico Marcelo Gleiser, do Dartmouth College, EUA, faz no dia 19 de março, às 15h, no IEA, conferência sobre seu mais recente livro “Criação Imperfeita: Cosmos, Vida e o Código Oculto da Natureza”, a ser lançado pela Editora Record nos próximos dias.

Em sua coluna no jornal “Folha de S. Paulo” no dia 7 de março, Gleiser comentou a temática do livro: “Ao escolher o adjetivo ‘imperfeita’ para categorizar a Criação — subentendida aqui como o conjunto do que existe no Universo — me distancio da expectativa dos que defendem uma teoria final, ou mesmo uma teoria unificada das forças entre os componentes da matéria, que pressupõe tanto uma ordem matemática que descreve o mundo em que vivemos quanto uma ciência capaz de descrevê-la”.

Para ele, uma teoria única que descreva o mundo, “refletindo uma unidade por trás de todas as coisas”, expressaria o que pode ser chamado de “monoteísmo racional”.

Gleiser comenta que os cientistas acreditam numa ordem racional por trás de todas as coisas, baseada em simetrias matemáticas. “Mas será isso o que a Natureza está nos dizendo? Será que temos evidência de que a Natureza seja mesmo simétrica, de que existe uma ordem fundamental por trás da incrível diversidade que vemos no mundo?”

Marcelo Gleiser é professor de filosofia natural e professor de física e astronomia do Dartmouth College, onde leciona desde 1991. Graduou-se em física na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, obteve o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e o doutorado no King’s College da Universidade de Londres, Reino Unido. Realizou pesquisas de pós-doutorado no Fermilab e na Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos EUA. Publicou mais de 80 artigos científicos. É, membro da Sociedade de Física Americana e da Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida. Entre seus livros estão: “A Dança do Universo” (1997), Prêmio Jabuti de 1998; “O Fim da Terra e do Céu: o Apocalipse na Ciência e na Religião” (2001), Prêmio Jabuti de 2002; “Micro Macro: Reflexões sobre o Homem, o Tempo e o Espaço” (2006); e “A Harmonia do Mundo” (2006).

Serviço
A Criação Imperfeita
Marcelo Gleiser
366 páginas - R$ 49,90 (em média)
Editora Record

quarta-feira, 10 de março de 2010

Entre os Vândalos - A multidão e a sedução da violência - Bill Buford


Quem é a multidão que destrói estádios, cidades e vidas humanas? Por que em certos dias baixa um espírito arruaceiro e bárbaro em parcela da juventude inglesa, que conduz a comportamentos racistas, antissociais e sanguinários?

Para responder a essas perguntas, colocadas pela sua natural curiosidade de jornalista investigativo, Bill Buford conviveu com os hooligans ingleses durante quase quatro anos. Fartou-se de fish’n’chips embrulhados em papel jornal e oceanos de cerveja barata; de odores de milhares de corpos em fricção pouco amigável e de gás lacrimogêneo; de sentimentos que mesclam o medo à excitação quase sexual. Mais do que fazer um exercício de sociologia do comportamento grupal patológico, Buford, neste relato eletrizante, nos mostra como a experiência da violência de massa, partilhada sob o manto do suposto anonimato, exerce um apelo insidioso, por vezes irresistível, até às mentes mais esclarecidas.

Serviço
Entre os Vândalos - A Multidão e a sedução da violência
Bill Buford
328 páginas - R$ 24,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Livro dos Mortos - Patricia Cornwell


Quando uma famosa jogadora de tênis de dezesseis anos é encontrada morta em Roma, mutilada e com areia nos olhos, a médica legista Kay Scarpetta é chamada pelos carabinieri para participar da investigação. O capitão Ottorino Poma ativa a exibição das fotografias tridimensionais do cadáver, numa inovação tecnológica da polícia italiana, e pede que a dra. Scarpetta analise os indícios em seu laboratório particular. Assim começa Livro dos mortos, numa funesta referência ao registro de entrada de corpos no necrotério. Voltam à cena os conhecidos membros de sua equipe: o namorado Benton Wesley, habilidoso psicólogo forense que passou a trabalhar como pesquisador num hospital ligado à universidade Harvard, a secretária Rose, já muito idosa, o desbocado investigador Pete Marino e a sobrinha-prodígio Lucy, hacker do fbi.

A partir da análise meticulosa dos elementos do crime, Scarpetta descobre conexões com a morte de um garoto não identificado, que aparentemente sofria de maus-tratos, e com um festivo churrasco de carne humana numa casa de praia, seguido do rapto de um cachorro manchado de sangue. Esses eventos têm relação com a mesma pessoa, um jovem com antecedentes psiquiátricos que se denomina Homem de Areia. Paradoxalmente, as pistas também levam à velha inimiga de Scarpetta, a maníaca dra. Marilyn Self, que parece guardar alguma relação com o caso.

Neste soturno romance policial, que é o décimo quinto com a detetive Scarpetta, a tumultuada relação entre a heroína e Pete Marino atinge um ponto de tensão inesperado, que mudará para sempre os rumos da série. Livro dos mortos mistura aventura, psicologia e mistério no desenrolar de uma intrincada trama onde, como que por milagre, os mortos sempre contam a verdade.

Serviço
Livro dos Mortos
Patricia Cornwell
Tradução: Beth Vieira
438 páginas - R$ 44,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

terça-feira, 9 de março de 2010

Desenvolvimento e Perspectivas novas para o Brasil


A trajetória do desenvolvimento brasileiro não se deu deforma espontânea, nem duradoura no tempo. Dependeu da confluência de oportunidades geradas externamente com decisões internas. “De tudo isso,compreende-se como os movimentos de passagem tanto da antiga sociedade agrária para a urbano – industrial como atualmente para a sociedade pós-industrial transcorrem com simultaneidade da convivência de dimensões e tempos históricos distintos no Brasil (...) o desenvolvimento brasileiro combina recorrentemente o atraso com o moderno, fazendo com que a significativa heterogeneidade econômica, social e territorial persista enquanto reprodução do subdesenvolvimento. Somente com a existência de rupturas profundas que o anacronismo do passado pode deixar de fazer parte do presente e, sobretudo, do futuro”.

Serviço
Desenvolvimento e Perspectivas novas para o Brasil
Marcio Pochmann
192 páginas - R$ 32,00 (em média)
Editora Cortez

Tempo, Espaço e Passado... Eduardo Natalino dos Santos


O livro de Eduardo Natalino dos Santos, Tempo, espaço e passado na Mesoamérica, é um ponto de referência indispensável para todos os leitores que se interessam pela América indígena. Sua reflexão é o ponto de partida para os brasileiros com relação à análise dos códices pictoglíficos de origem nahua, e partir deles descobrir todo o universo que se esconde entre uma cultura cheia de mistérios como a teoria sobre o fim do mundo no ano de 2012.

Os códices não eram lidos da maneira como nós, usualmente, lemos um livro em alfabeto latino. Eles eram exibidos publicamente por especialistas que de acordo com a ocasião recitavam os relatos, cantos, preces e outros textos da tradição oral, vinculados à informação visual contida nos manuscritos. A relação entre as imagens e escritos constantes nos códices e a tradição oral que os acompanhava era complexa, uma vez que nenhum desses dois elementos limitava as interpretações do outro. As imagens transmitiam conteúdos simbólicos e afetivos que nem sempre eram contemplados nos relatos orais, os quais poderiam incluir informações que não se encontravam nas imagens. Dessa forma, os códices e as tradições que os acompanhavam eram discursos plenamente audiovisuais. Para a realização desse trabalho, o historiador estudou principalmente os códices Borbónico, Vaticano A e Magliabechiano e os textos alfabéticos intitulados Leyenda de los soles, Anales de Cuauhtitlan, Historia de los mexicanos por sus pinturas e Histoire du Mechique.

O historiador Eduardo Natalino entrega ao leitor algumas as principais chaves de compreensão do universo indígena mesoamericano – o calendário, a cosmografia e a cosmogonia indígena. Com eles poderemos caminhar com segurança por entre pedras, pirâmides e palavras, conhecendo as maravilhas de uma cosmogonia que, ao invocar sistematicamente as mudanças no tempo e no espaço, permite ao leitor conhecer melhor a “Nossa América”.

Serviço
Tempo, Espaço e Passado...
Eduardo Natalino dos Santos
432 páginas - R$ 55,00 (em média)
Editora Alameda

Os Deuses no Exílio - Heinrich Heine


Tudo começou pela suspeita (talvez exagerada) de que os Deuses não sabiam falar. Séculos de vida fugitiva e feral tinham atrofiado neles o humano; a lua do Islã e a cruz de Roma tinham sido implacáveis com esses prófugos. Testas muito baixas, dentaduras amarelas, bigodes ralos de mulato ou de chinês e belfos bestiais mostravam como degenerara a estirpe olímpica. Os seus atributos não correspondiam a uma pobreza decorosa e decente, mas ao luxo maligno das casas de jogos e dos lupanares do Bajo. Numa botoeira sangrava um cravo; num saco justo adivinhava-se o vulto de uma adaga. Bruscamente sentimos que jogavam a sua última cartada, que eram manhosos, ignorantes e cruéis como velhos animais de presa e que, se nos deixássemos tomar pelo medo ou pela pena, acabariam por nos destruir.Tiramos os pesados revólveres (de súbito apareceram revólveres no sonho) e alegremente demos morte aos Deuses.

Serviço
Os Deuses no Exílio
Heinrich Heine
168 páginas - R$ 38,00 (em média)
Editora Iluminuras

A Aventura da Filosofia, de Parmênides a Nietzsche


O que leva alguém a se envolver na aventura da filosofia? Qual a função do filósofo e por que ele questiona sobre banalidades? Essas são algumas das questões abordadas por Paulo Ghiraldelli Jr. em um texto didático e de leitura agradável, que fomenta o saber e a curiosidade ao longo de toda a narrativa. Organizado em Introdução, Filosofia Antiga Clássica, Helenismo, Início da Filosofia Cristã, Filosofia Medieval, Filosofia do Renascimento, Filosofia Moderna Clássica, Modernidade Iluminista e Modernidade Romântica, esta obra está longe de parecer um livro chato de história da filosofia, mas não deixa de mencionar os filósofos que se destacaram ao longo dos tempos e suas respectivas ideias, que influenciariam os dias de hoje. Tudo é assunto para a filosofia. Quer saber por quê?

Serviço
A Aventura da Filosofia, de Parmênides a Nietzsche
Paulo Ghiraldelli Jr.
185 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Manole

Communisme et totalitarisme - Stéphane Courtois


Vingt ans après la chute du mur de Berlin, douze ans après les controverses et le succès - un million d'exemplaires, vingt-cinq traductions - du Livre noir du communisme, Stéphane Courtois propose un recueil aux idées tout aussi décapantes. Prenant le contre-pied des thèses traditionnelles sur les origines du totalitarisme, illustrées par Hannah Arendt et George Mosse, il montre le rôle fondamental de Lénine et du bolchevisme dans l'invention, entre 1902 et 1922, de ce phénomène politique inédit. Grâce à l'exploitation des archives de Moscou, il redéfinit le rôle de Staline et la nature des crimes de masse commis par les régimes communistes, ce qu'il appelle le " génocide de classe ", seul concept susceptible d'éclairer la famine ukrainienne ou les assassinats au Cambodge. Enfin, Stéphane Courtois revient sur la mémoire tragique du communisme en Europe centrale et orientale, la mémoire glorieuse du communisme en Europe occidentale - en particulier en France - et la mémoire paradoxale de l'URSS dans la Russie de Vladimir Poutine qui réhabilite Staline.

Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim, doze anos após a polêmica e de sucesso - um milhão de cópias, vinte e cinco traduções - O Livro Negro do Comunismo, Stéphane Courtois fornece uma coleção idéias igualmente novas. Tomando a palavra contra as teorias tradicionais sobre as origens do totalitarismo, ilustrado por Hannah Arendt e George Mosse, que mostra o papel fundamental de Lenin e do bolchevismo no comunismo soviético, entre 1902 e 1922, esse fenômeno político sem precedentes. Através do uso dos arquivos em Moscow, que redefine o papel de Stalin e da natureza dos crimes em massa cometidos pelos regimes comunistas, o que ele chama de "genocídio" classe "conceito único que pode informar a Fome na Ucrânia ou mortes no Camboja. Finalmente, Stéphane Courtois volta a memória trágica do comunismo na Europa Central e Oriental, a gloriosa memória do comunismo na Europa Ocidental - especialmente a França - e o paradoxo da memória na Rússia Soviética de Vladimir Putin, com um Stalinismo reabilitado.

Serviço
Communisme et totalitarisme
Stéphane Courtois
Sem tradução
540 páginas - R$ 57,00 (em média)
Editora Tempus

Adeus, Haiti - Edwidge Danticat


Em Adeus, Haiti, vencedor do National Book Award e eleito como um dos melhores livros do ano pelo New York Times, Edwidge Danticat, uma haitiana radicada nos EUA desde os 12 anos de idade, emociona o mundo ao escrever as suas memórias. Confrontada com o nascimento da sua filha e com a doença terminal do pai, a autora relembra a sua vida no Haiti, o seu afastamento dos seus pais, aos 4 anos de idade, quando eles viajam aos EUA, para ganhar a vida, a sua infância em Porto Príncipe, e as alegrias e tragédias que se abateram sobre a família. Narrado com incrível simplicidade, Adeus, Haiti é um épico da vida real, sobre a diáspora de um país combalido por guerras e tragédias naturais. Uma história comovente sobre a família, sobre a vida e a morte de dois homens e de um país, e sobre o grande amor de uma filha por eles.

Serviço
Adeus, Haiti
Edwidge Danticat
Tradução: Geraldo Galvão Ferraz
232 páginas - R$ 39,90 (em média)
Editora Agir

Transgressão e Culpa - Lúcio Cardoso e Julian Green


Teresa de Almeida propõe neste livro uma análise comparativa da obra de Lúcio Cardoso e Julien Green, escritores que se distinguiram por um sentimento angustiado do embate entre forças interiores extremas. Baseando-se em semelhanças evidentes, e fundamentada em uma bibliografia relevante, a autora preocupa-se em destacar o diálogo de situações que aproximam os dois escritores, identificando as circunstâncias semelhantes, o círculo de amizades, as referências literárias de ambos. A análise de Teresa estrutura-se em duas partes. A primeira compreende o contexto estético e religioso das duas culturas, e a segunda, o confronto entre temas e imagens presentes nos dois autores. Assim, o livro segue um movimento de fora para dentro, em um aprofundamento que busca os pormenores e, por meio deles, apreender outros laços, estes mais propriamente literários.

Serviço
Transgressão e Culpa - Lúcio Cardoso e Julian Green
Teresa de Almedia
240 páginas - R$ 48,00 (em média)
Editora Edusp

segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma mulher inacabada - Lilian Hellman


Este é o primeiro dos três volumes de memórias de Lillian Hellman. 'Uma mulher inacabada' versa sobre os autores com os quais a autora conviveu. Nascida em Nova Orleans, Ms. Hellman viveu a maior parte do tempo em Nova York, onde travou amizade escritores e intelectuais, como Ernest Hemingway, Arthur Miller, John Dos Passos e viveu por mais de trinta anos com Dashiell Hammett.

Serviço
Uma mulher inacabada
Lilian Hellman
Tradução: Carlos Sussekind
384 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora José Olympio

A casa de Chá - Ellis Avery


Depois de ser molestada pelo tio, a menina Aurelia foge durante um incêndio que varre Kyoto. Sua sorte muda quando é acolhida pelo professor Shin, o mestre de chá mais importante da cidade, e se torna acompanhante de sua filha, por quem nutrirá desejos secretos. A luta de Aurelia para se encaixar em uma sociedade fechada e cheia de mistérios reflete as mudanças culturais japonesas do final do século XIX. E conforme a cultura ocidental invade o país, os Shin precisam encontrar um caminho para perpetuar a tradição do chá.

Serviço
A casa de Chá
Ellis Avery
Tradução: Kvieta Brezinova de Morais
490 págians - R$ 64,90 (em média)
Editora Record

Os nomes do Ódio - Roberto Romano


Em Os Nomes do Ódio, Roberto Romano sai mais uma vez a campo, com o desassombro que o tornou um dos mais empenhados combatentes pelas causas da razão, da ética na política e dos direitos humanos na atualidade brasileira. Para denunciar e enfrentar as diferentes formas de racismo, inclusive em sua metástase antissemita, que vem se insinuando e até reaparecendo abertamente em suas formas neonazistas e no pragmatismo despudorado para negar e, se possível, levar aos campos de extermínio os valores do humanismo e da democracia que se acham constantemente sob sua mira a pretexto de supostas “realidades” étnicas, sociais, políticas, morais, artísticas e culturais. Trata-se, pois, neste livro, de um conjunto de penetrantes análises a respeito dos meios e das máscaras insidiosas com que o autoritarismo político, as ideologias excludentes, o dogmatismo religioso e o fanatismo fundamentalista, não poucas vezes servindo-se do poder de infiltração e difusão da comunicação de massa, procuram arrebatar consciências inexperientes e incitar conflitos em nome de pretensos pleitos de estratos, grupos, coletividades e estados, que na verdade apenas semeiam o dissídio, em detrimento daquilo que cada homem e todos os homens têm de mais universal na sua condição de integrantes da humanidade.

Serviço
Os nomes do Ódio
Roberto Romano
144 páginas - R$ 20,00 (em média)
Editora Perspectiva

A História de um Casamento - Andrew Sean Greer


Estamos em 1953 e Pearlie, uma dona de casa dedicada, vive no Sunset District, em São Francisco, tratando não apenas do marido de saúde frágil, mas também do filho, que sofre de poliomielite. Então, num sábado de manhã, um estranho aparece à sua porta e tudo muda. Todas as certezas com as quais Pearlie sempre viveu são postas em causa enquanto luta por compreender o mundo à sua volta, especialmente o marido, Holland. A História de Um Casamento retrata três pessoas encurraladas nas limitações da sua época, bem como as medidas desesperadas que estão prontas a tomar para escaparem.

Serviço
A História de um Casamento
Andrew Sean Greer
Tradução: Débora Landsberg
288 páginas - R$ 39,90 (em média)
Editora Nova Fronteira

Os Telhados de Teerã - Mahbod Seraji


Em Teerã é muito comum, no verão, dormir no telhado. O calor seco do dia resfria após a meia-noite, e quem fica lá em cima acorda com os primeiros raios de sol na face e com o ar fresco nos pulmões. E é deste lugar que os adolescentes Pasha e Ahmed, amigos inseparáveis, observam o mundo e as pessoas ao redor. É também dali que Pasha consegue admirar Zari, sua vizinha, uma jovem já prometida para casamento. Este é o ponto de partida de Os telhados de Teerã, um sensível e cativante romance de iniciação que marca a estreia literária de Mahbod Seraji, iraniano radicado nos EUA. Uma trama densa e ao mesmo tempo leve, em que se misturam os sentimentos e descobertas dos adolescentes e seus primeiros vislumbres sobre o amor, mas também o contato com a dor, a repressão, a morte e as perdas, bem como a repressão política durante a ditadura do Xá Reza Pahlevi.

Serviço
Os Telhados de Teerã
Mahbod Seraji
Tradução: Antônio E. De moura
384 páginas - R$ 54,00 (em média)
Editora Rocco

Senhorita Júlia e Outras Peças - August Strindberg


Senhorita Júlia e outras peças reúne três peças do período de produção naturalista de Strindberg, escritas entre 1887 e 1889: Senhorita Júlia, O pai e Credores, esta última inédita em português. Embora às voltas com um público ávido por comédias e farsas, o romancista, contista e dramaturgo sueco preferiu buscar inspiração para suas peças nas tragédias da vida cotidiana, certo de que o prazer associado ao teatro não estava no riso fácil ou em tiradas levianas, mas na revelação de verdades mais profundas sobre a condição humana. Neste conjunto de peças, o tom é dado pelo eterno conflito entre os sexos e a luta desesperada pelo poder, manifesta seja na autoridade paterna, seja na ascensão social ou ainda na vingança. Em linguagem clara e pungente, Strindberg põe a nu os aspectos mais sórdidos da natureza humana. As peças deste volume foram traduzidas diretamente do sueco com ênfase na fluência e na naturalidade do texto, de modo a facilitar sua montagem cênica.

Serviço
Senhorita Júlia e Outras Peças
August Strindberg
Tradução: Guilherme da Silva Braga
212 páginas - R$ 21,00 (em média)
Editora Hedra

Gente de Hemsö - August Strindberg


Gente de Hemsö é considerado uma das obras-primas de August Strindberg. Escrito em sua maior parte quando o autor se encontrava no exílio autoimposto, foi publicado pela primeira vez em 1887, pela editora Bonniers, de Estocolmo. Estrondoso sucesso desde sua aparição, este romance foi concebido, nas palavras do próprio Strindberg, para reconquistar seu público depois de uma fase marcada pela polêmica e pelo ostracismo literário. A obra traça um quadro da natureza física e humana dos arquipélagos suecos, berço cultural da Suécia: poucos escritos são tão característicos daquele país escandinavo. Fino retrato psicológico de diversas personagens cativantes, Gente de Hemsö alia humor e lirismo, ocupando um lugar ímpar em meio à obra posterior de Strindberg, carregada de tensões e conflitos psicológicos. Adaptado para teatro, cinema e TV, traduzido para diversos idiomas, este romance permanece até hoje como uma das obras mais queridas do povo sueco. Primeira tradução integral para o português, direta do sueco, esta edição recupera as partes expurgadas na primeira edição e contou com o valioso auxílio do professor Per Stam, diretor do Projeto Strindberg, mantido pela Universidade de Estocolmo, e responsável pela nova edição integral da obra completa de Strindberg na Suécia.

Serviço
Gente de Hemsö
August Strindberg
Tradução: Carlos Rabelo e Leon Rabelo
204 páginas - R$ 21,00 (em média)
Editora Hedra

quinta-feira, 4 de março de 2010

Um Episódio Distante - Paul Bowles


Nesta seleção, que reúne desde suas primeiras histórias, publicadas em 1946, até uma novela de 1993, podemos ver toda a genialidade que coloca Paul Bowles entre os grandes escritores de seu tempo.

"Um episódio distante", que abre a coletânea homônima, foi considerado por Tennessee Williams uma "obra-prima". Um linguista norte-americano volta a uma cidade encravada no Saara e, levado pela curiosidade desatenta, acaba nas mãos de um violento povo do deserto.

"Parada em Corazón" fala de um casal de americanos cujo relacionamento desmorona em sua viagem de lua de mel pela floresta sul-americana. Em "O pastor Dowe em Tacaté", um missionário protestante é enviado a uma remota região onde seu Deus não tem nenhum poder. E, em "A presa delicada", um de seus contos mais famosos, Bowles costura uma estranha história de vingança, que mistura terror e ironia, mostrando toda sua força narrativa.

O céu que nos protege, seu romance mais conhecido, ganhou adaptação para o cinema em 1990. Seus contos, reunidos neste volume, mostram que Bowles não era só um mestre na narrativa longa. São textos marcados por um estilo cortante, permeados por exotismo e estranhamento.

Serviço
Um Episódio Distante
Paul Bowles
Tradução: José Rubens Siqueira
232 páginas - R$ 38,90 (em média)
Editora Alfaguara

Olhar Crítico - 50 Anos de Cinema Brasileiro - Ely Azeredo


Entre 1953 e 2003, o crítico Ely Azeredo atuou na imprensa diária fazendo a indispensável mediação entre os produtores e os consumidores de cinema. Sem restrições de gênero ou tendência, ele analisou e pôs em discussão, com igual rigor intelectual, de dramas existenciais a comédias, de filmes alternativos a documentários, de obras de caráter político aos musicais. O resultado disso é que o leitor, em Olhar crítico – 50 anos de cinema brasileiro, irá pouco a pouco voltando no tempo, para reencontrar os textos que, no calor da hora, se pronunciaram sobre clássicos do nosso cinema em cada uma dessas vertentes, como por exemplo Cidade de Deus, Ônibus 174, Macunaíma, Todas as mulheres do mundo, Pixote, Terra em transe, Vidas secas e Floradas na serra, entre muitos outros.

Além de um prefácio assinado por Alberto Dines, alguns apêndices completam esta edição: uma sucinta recuperação da trajetória de Ely Azeredo, como crítico, mas também como importante difusor da sétima arte entre nós; as fichas técnico-artísticas de todos os filmes aqui analisados; as referências bibliográficas utilizadas e um índice completo dos filmes citados.

Serviço
Olhar Crítico - 50 Anos de Cinema Brasileiro
Ely Azeredo
416 páginas - R$ 54,00 (em média)
Instituto Moreira Salles

A Máquina do Tempo - H.G. Wells


Wells é capaz de colocar a humanidade nas garras do impossível e mesmo assim evitar que ela perca sua essência, a carne e o sangue, o sofrimento e a loucura." - Joseph Conrad

A Máquina do Tempo é o primeiro romance de H.G. Wells. Depois de vários rascunhos e versões, foi finalmente publicado em 1895, quando o autor tinha apenas 29 anos. O livro teve sucesso instantâneo no Reino Unido, e sua fama logo se espalhou por outros países. Chamado de "homem de gênio", considerado um pioneiro, Wells abriu caminho não só para seus livros e sua visão de mundo, mas para novas possibilidades temáticas na literatura.

A Máquina do Tempo é o primeiro romance de H.G. Wells. Depois de vários rascunhos e versões, foi finalmente publicado em 1895. O livro teve sucesso instantâneo no Reino Unido, e sua fama logo se espalhou por outros países. Chamado de "homem de gênio", considerado um pioneiro, Wells abriu caminho não só para seus livros e sua visão de mundo, mas para novas possibilidades temáticas na literatura.

Lançado agora em nova tradução pela Alfaguara, A Máquina do Tempo é o primeiro e mais importante romance moderno sobre viagens no tempo, e um clássico da literatura mundial. Com uma narrativa envolvente, H.G. Wells cria a fabulosa jornada de um cientista inglês a um mundo futuro, desconhecido e perigoso. Acompanhamos suas descobertas, seu deslumbramento e o horror que, aos olhos do viajante, aos poucos se anuncia.

Serviço
A Máquina do Tempo
H.G. Wells
152 páginas - R$ 31,90 (em média)
Editora Alfaguara

Paris Não Tem Fim - Enrique Vila Matas


Enrique Vila-Matas fala de literatura como pouca gente hoje. Porque conhece literatura, como pouca gente hoje. Logo, Paris não tem fim, como seu Bartleby, é mais um conjunto de reminiscências do escritor, e do seu mundo, atualmente tão distante... Pois, embora se escreva como nunca, há o mesmo tanto de pressa, e a convivência de décadas com os livros, hoje, tem de ser concentrada em alguns anos... — o que, na escrita, não resulta no mesmo efeito que um Vila-Matas provoca. Ou seja: às vezes, não adianta nem ler, como alguns ases da internet, neste momento, fazem — o importante, mesmo, é conviver. E convivência, com os grandes textos, não se improvisa. Convivência, de décadas, e juventude... não combinam. "Jovens, envelheçam!" — já dizia Nélson Rodrigues. E leiam Vila-Matas, em Paris não tem fim — até para compreender que o jovem escrevinhador, principalmente se almeja publicar em livro, só consegue ser ridículo. Tudo bem: Vila-Matas confessa que descobriu a ironia depois de velho, e que ela foi sua salvação. Ridicularizando sua juventude de escritor, eleva-se na maturidade, e produz muito mais literatura do que tentou, naqueles verdes anos, produzindo trapalhadas apenas. Misturando, como deixa sugerido, ensaio com biografia, revela-se muito mais interessante que os escritores "sérios" de hoje, mesmo os maduros, que pensam produzir literatura... Rindo, Vila-Matas afirma que as veleidades literárias, além de não se realizarem mais, acabam motivo de chacota, tempos depois. Paris não tem fim guarda ainda um quê de Juventude, de J.M. Coetzee — com a diferença de que, enquanto Coetzee é mais seco (e trágico), Vila-Matas se considera tão insignificante, em jovem, que nem se tentasse causaria algum dano. Dois dos maiores autores da atualidade, mais uma vez, mostram que estreantes, além de não produzirem literatura, só atormentam seus contemporâneos.

Serviço
Paris Não Tem Fim
Enrique Vila Matas
216 páginas - R$ 40,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Um segredo em Família - Philipe Grimbert

Um menino solitário e de saúde frágil cresce em uma casa onde falar é quase proibido. O silêncio é tão pesado que para suportá-lo ele cria um irmão imaginário mais velho, que é tudo o que ele gostaria de ser, e com quem pode compartilhar seus medos e desejos. Mas conforme se torna mais próximo desse novo companheiro e se distancia de seus amigos reais, o menino percebe que a angústia dos pais na verdade gira em torno de um problema muito maior.

As suspeitas de que escondem dele um terrível segredo aumentam, e o menino se pergunta se o motivo de toda a tensão familiar seria ele ou o irmão.

Serviço
Um segredo em Família
Philipe Grimbert
176 páginas - R$ 24,90 (em média)
Editora Record

quarta-feira, 3 de março de 2010

O encontro de Joaquim Nabuco com a política


Escrito em linguagem primorosa e apoiado em vasta bibliografia, o livro apresenta uma análise do século XIX no Brasil e a biografia de um de seus personagens mais ricos, Joaquim Nabuco. O autor explora sob diferentes ângulos a personalidade política e intelectual de Nabuco, mostrando sua coerência de pensamento e de luta. Relançada este ano, no qual se comemora o centenário de morte de Joaquim Nabuco, a obra leva o leitor a um passeio pela política brasileira na metade do século XIX e explica as origens do liberalismo no Brasil, tema que voltou à tona com a crise financeira iniciada em 2008.

Serviço
O encontro de Joaquim Nabuco com a política
Marco Aurélio Nogueira
336 páginas - R$ 48,00 (em média)
Editora Paz e Terra

In my father´s shadow: A Daughter Remembers Orson Welles


Out of all the many stars and celebrities Hollywood has produced, only a handful have achieved the fame—and, some would say, infamy—of Orson Welles, the creator and star of what is arguably the greatest American film, Citizen Kane. Many books have been written about him, detailing his achievements as an artist as well his foibles as a human being. None of them, however, has gotten so close to the real man as does Chris Welles Feder's beautifully realized portrait of her father.

In My Father's Shadow is a classic story of a life lived in the public eye, told with affection and the wide-eyed wonder of a daughter who never stopped believing that someday she would truly know and understand her elusive and larger-than-life father. The result is a moving and insightful look at life in the shadow of a legendary figure and an immensely entertaining story of growing up in the unreal reality of Hollywood, enhanced by Welles Feder's collection of many never-before-seen family photographs.

Serviço
In my father´s shadow: A Daughter Remembers Orson Welles
Chris Wells
304 páginas - R$ 30,00 (em média)
Algonqun books

O Morro e asfalto, no Rio de Noel Rosa - Leonel Kaz e Nigge Loddi


O apogeu da criatividade brasileira: a década de 1930 vivida pelas ruas do Rio de Janeiro, unindo o samba dos morros aos cafés da cidade. Uma homenagem ao centenário ao autor Conversa de Botequim e outros notáveis sucessos musicais em 180 fotografias, a maioria inédita, textos de João Máximo e um CD com 14 músicas interpretadas pelo próprio Noel Rosa, Mário Reis e Aracy de Almeida.

Serviço
O Morro e asfalto, no Rio de Noel Rosa
Organizado: Leonel Kaz e Nigge Loddi
175 páginas - R$ 140 páginas
Aprazível Edições e Arte

Espaço (Meta)Vernacular na Cidade Contemporânea - Marisa Barda

Até que ponto o novo pode apagar a história?
Uma das questões mais discutidas nos debates que envolvem o espaço urbano instituído ou a instituir-se trata do patrimônio representado pelos ambientes que trazem em sua constituição – ou destituição – elementos exemplares da formação de uma identidade urbana. A importância dos monumentos, a pertinência do ambiente físico como valor para uma sociedade e uma nação, a noção de conservação, a relação entre história e contemporaneidade são fatores que agitam as novas teorias urbanísticas e permeiam as ações públicas nas novas e velhas cidades. Em Espaço (Meta)Vernacular na Cidade Contemporânea, Marisa Barda, mestre em História e Fundamentos da Arquitetura, com vasta experiência em restauração e conservação urbanas, discute o tema com notável profundidade analítica. Examinando as principais fontes de argumentação, ela nos conduz à ideia de que a cidade, como a cultura, não sobrevive sem o registro e a preservação de sua memória, que, por sua vez, está longe de se fazer representar apenas por seus marcos, mas que o essencial é preservar os vetores de formação e os lugares – edificados ou não – que sintetizam e caracterizam aquela comunidade, de modo a manter uma conexão íntima entre o cidadão e seu lugar no mundo.

Serviço
Espaço (Meta)Vernacular na Cidade Contemporânea
Marisa Barda
168 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Perspectiva

As ilhas - Jean Grenier


As grandes revelações que um homem recebe em sua vida são muito raras, uma ou duas, no mais das vezes. Mas elas transfiguram, como a sorte. Ao ser apaixonado por viver e por conhecer, este livro oferece, eu o sei, ao correr de suas páginas, uma revelação semelhante. É tempo que novos leitores cheguem a ele. Eu gostaria de estar ainda entre eles, eu gostaria de voltar a essa noite em que, depois de ter aberto este pequeno volume na rua, o fechasse nas primeiras linhas que tenha lido, o apertasse contra mim e corresse até o meu quarto para devorá-lo, enfim, sem testemunhas. E eu invejo, sem amargura, eu invejo, se ouso dizer, com calor, o jovem desconhecido que, hoje, aborda estas Ilhas pela primeira vez…

ALBERT CAMUS


Serviço
As ilhas
Jean Grenier
Tradução: Aimeé Amaro de Lolio
176 páginas - R$ 38,00 (em média)
Editora Perspectiva

Inquisição: Prisioneiros do Brasil - Anita Waingort Novinsky


Foram levados do Brasil 1076 prisioneiros para os cárceres da Inquisição em Portugal, durante a época colonial, porque sentiam e pensavam “diferente”. Judaísmo, luteranismo, islamismo, assim como feitiçaria, sodomia, bigamia, proposições heréticas e blasfêmias, eram considerados crimes e punidos com degradação moral, exílio, confisco, cárcere perpétuo ou morte na fogueira. Como a sobrevivência do Tribunal dependia do confisco, o moloch inquisitorial clamava por mais oferendas, recriando as heresias sempre que arrefeciam. • A Inquisição foi sobretudo uma instituição racista, que discriminava e excluía, por lei, os descendentes de judeus, árabes, ciganos, negros e mulatos, até onde a memória podia chegar. A esta imposição forçada de crença e pensamento, os diversos grupos étnicos responderam com uma contestação clandestina, recusando os dogmas, semeando a livre crítica e perpetuando seus costumes ancestrais. • A este mundo subterrâneo e clandestino luso-brasileiro levam as fontes que são aqui apresentadas, em Inquisição: Prisioneiros dos Brasil, da renomada historiadora e pesquisadora Anita Waingort Novinsky, e que descortinam “outra” história do Brasil, ainda oculta e em grande parte inexplorada.

Serviço
Inquisição: Prisioneiros do Brasil
Séculos XVI a XIX
Anita Waingort Novinsky
248 páginas - R$ 65,00 (em média)
Editora Perspectiva

Música e meditação Tecnológica - Fernando Iazzetta


A música contemporânea foi visceralmente marcada pela tecnologia. A invenção do fonógrafo, em 1877, exigiu uma remodelação radical em toda a rede de relações existente nos processos de criação e recepção estabelecidos até então. Nesse movimento, a escuta passou a ser o foco desse novo fazer musical. Na segunda metade do século XX, porém, o desenvolvimento das tecnologias eletroeletrônicas gerou um novo ciclo de transformações, permitindo, por exemplo, a criação de músicas sem notas e de performances musicais sem instrumentistas. Assim, a criação musical retoma seu predomínio, balizada pelo poder de inventividade que os novos meios lhe proporcionam. Ocorre, então, a instrumentalização da escuta e da criação musicais, que passam a ser mediadas por um número crescente de aparatos de operadores eletrônicos. Com base nesses dois paradigmas, Fernando Iazzetta desenvolve, em Música e Mediação Tecnológica, um levantamento minucioso dos instrumentos, das técnicas, das formas de composição e de suas resultantes artísticas e estéticas que geram um novo espaço, cuja exploração, criativa e auditiva como obra musical, apenas começa a ser realizada pelo que se poderia chamar de uma nova musicalidade.

Serviço
Música e meditação Tecnológica
Fernando Iazzetta
232 páginas - R$ 62,00 (em média)
Editora Perspectiva

terça-feira, 2 de março de 2010

Resistência em Quadrinhos: Zahras Paradise - Amir e Khalil - www.zahrasparadise.com

O Apedeuta, notório defensor de tiranos como Chávez e Castro, como não poderia deixar de ser apoia ferranhamente Ahmadinejad, o tirano iraniano capaz de dar início à Terceira Guerra Mundial. Enquanto isso, aqueles que sofrem na pele as perseguições do ditador tentam se fazer ouvir das formas que são possíveis. Uma dessas maneiras é por meio de histórias em quadrinhos, como Persépolis, ou outras publicadas anonimamente na rede, como, por exemplo, "Zahra's Paradise". Temos ali uma narrativa sobre uma mãe, Zahra, que vê o filho sumir, mas não perde a esperança em reencontrá-lo. Não por acaso, Zahra também é o nome de um cemitério iraniano. É possível assinar a história e repassá-la via Facebook e Twitter.

Serviço
Zahras Paradise
www.zahrasparadise.com
Amir e Khalil

Islamic Mystical Poetry - Peguin Classics


Written from the ninth to the twentieth century, these poems represent the peak of Islamic Mystical writing, from Rabia Basri to Mian Mohammad Baksh. Reflecting both private devotional love and the attempt to attain union with God and become absorbed into the Divine, many poems in this edition are imbued with the symbols and metaphors that develop many of the central ideas of Sufism: the Lover, the Beloved, the Wine, and the Tavern; while others are more personal and echo the poet’s battle to leave earthly love behind. These translations capture the passion of the original poetry and are accompanied by an introduction on Sufism and the common themes apparent in the works. This edition also includes suggested further reading.


Escrito a partir do IX para o século XX, estes poemas representam o pico da escrita mística islâmica, de Rabia Basri para Mian Mohammad Baksh. Refletindo tanto amor como a devoção particular e a tentativa de alcançar a união com Deus e tornar-se absorvido pelo Divino, muitos poemas nesta edição estão imbuídos com os símbolos e metáforas que desenvolvem muitas das idéias centrais do Sufismo: o amante, o amado, o Wine eo Tavern, enquanto outros são mais pessoais como o eco da batalha do poeta a deixar para trás o amor terreno. Estas traduções capturam a paixão da poesia original e são acompanhados por uma introdução sobre Sufismo e os temas comuns aparente nestas obras. Esta edição inclui também algumas leituras adicionais.

Serviço
Islamic Mystical Poetry
Vários Autores
344 páginas - R$ 39,50 (em média)
Editora Peguin Classics

O Corsário Negro - Emílio Salgari - Editora Iluminuras


O Corsário Negro, romance que já foi levado para as telas e é considerado a obra prima de Salgari, inaugura o ciclo de aventuras dos corsários.

Emilio de Roccabruna, um nobre italiano, e seus dois irmãos, os Corsários Verde e Vermelho, se tornam filibusteiros e saem em busca de vingança para a morte do irmão mais velho, que foi traído por Wan Guld, o duque holandês que governa a principal colônia espanhola no Golfo do México, Maracaíbo.

Depois de ser obrigado a sepultar no mar os seus dois irmãos mais jovens, mortos pelo mesmo Wan Guld, o Corsário Negro se alia a outros piratas, que têm seus covis na mesma ilha que ele, a Tortuga, e dá início a uma aventura que vai levar o leitor a atravessar batalhas marítimas, abordagens, tempestades e muitas outras situações inesperada.

Golfo do México. É noite no mar do Caribe. Carmaux e Wan Stiller, dois flibusteiros que pertenciam ao bando do Corsário Vermelho, escapam de uma cilada e são recolhidos pelos tripulantes da nave do Corsário Negro.

Informado por eles que, da mesma forma que o outro irmão, o Corsário Verde, seu irmão foi morto por Wan Guld, o duque flamengo que governa Maracaíbo, e indignado ao saber que ele foi enforcado e que o seu corpo está exposto na praça da cidade, sofrendo todo tipo de humilhação, o Corsário Negro, ou Emilio de Roccabruna, senhor de Ventimiglia, organiza uma ousada expedição para resgatar o corpo e sepultá-lo no mar.

Com a ajuda do encantador de serpentes, Moko, um negro hercúleo que conhece a região como ninguém, os três flibusteiros recuperam o corpo do Corsário Vermelho e se envolvem em todo tipo de perigo, até serem bem-sucedidos em uma fuga espetacular. A bordo de sua nave, a Folgore, o Corsário Negro realiza o sepultamento do irmão no mar e faz o juramento de não descansar até vingar a morte dos irmãos, liquidando o governador e exterminando a sua descendência.

Na volta para a sua base na Ilha da Tortuga, o Corsário Negro é atacado por uma nave espanhola que navegava para Maracaíbo. Depois de uma batalha, os flibusteiros capturam a nave, libertam os últimos sobreviventes e levam como refém para a sua ilha a jovem duquesa flamenga que estava sendo levada pelos espanhóis a Maracaíbo, para trocá-la por um resgate.

Antes mesmo de chegar de volta à ilha, um sentimento profundo começa a crescer entre a jovem, Honorata, e o temido flibusteiro. Mas entre batalhas acirradas e tempestades violentas, revelações terríveis vão surpreender e perturbar o amor que surgiu entre eles.

Serviço
O Corsário Negro
Emílio Salgari
336 páginas - R$ 44,00 (em média)
Editora Iluminuras

A voz dos Botequins - Paul Verlaine


É uma reedição, pela editora Hedra, do conteúdo da obra originalmente denominada Paralelamente a Paul Verlaine, (1944). O livro conta com introdução do poeta Marcelo Tápia, diretor do Museu Casa Guilherme de Almeida.

Essa aguardada reedição das traduções de poemas de Paul Verlaine, realizadas por Guilherme de Almeida, será lançada durante o recital de final de ano do Museu Casa Guilherme de Almeida, dia 19 de dezembro, sábado, a partir das 19h30, na Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.

RECITAL: PAUL GUILHERME VERLAINE DE ALMEIDA – Poemas que celebram a vida, o amor e a cidade, apresentados por convidados e alunos dos cursos promovidos pelo Centro de Estudo e Tradução Literária da Casa Guilherme de Almeida. O recital terá como atração principal os poemas e as traduções de Guilherme, além de parcerias musicais do Poeta. Na abertura, serão apresentados poemas do escritor Mafra Carbonieri, lidos em português pelo autor, e em italiano pela tradutora Aurora Fornoni Bernardini, que os traduziu.

LE BRUIT DES CABARETS ( PAUL VERLAINE )

Le bruit des cabarets, la fange des trottoirs,
Les platanes déchus s´effeuillant dans l´air noir,
L´omnibus, ouragan de ferraille et de boues,
Qui grince, mal assis entre ses quatre roues,
Et roule ses yeux verts et rouges lentement,
Les ouvriers allant au club tout en fumant
Leur brûle-gueule au nez des agents de police,
Toits qui dégouttent, murs suintants, pavé qui glisse,
Bitume défoncé, ruisseaux comblant l´égout,
Voilà ma route – avec le paradis au bout.

A VOZ DOS BOTEQUINS ( Tradução de GUILHERME DE ALMEIDA )

A voz dos botequins, a lama das sarjetas,
Os plátanos largando no ar as folhas pretas,
O ônibus, furacão de ferragens e lodo,
Que entre as rodas se empina e desengonça todo,
Lentamente o olhar verde e vermelho rodando,
Operários que vão para o grêmio fumando
Cachimbo sob o olhar de agentes de polícia,
Paredes e beirais transpirando imundícia,
A enxurrada entupindo o esgoto, o asfalto liso,
Eis meu caminho – mas no fim há um paraíso.

Serviço
A voz dos Botequins
Paul Verlaine
106 páginas - R$ 15,00 (em média)
Editora Hedra

A vida literária no Brasil - 1900 - Brito Broca


Publicado originalmente em 1956, A vida literária no Brasil - 1900 tornou-se parte de uma bibliografia fundamental para qualquer estudioso e admirador da literatura nacional. O jornalista Brito Broca realizou um trabalho sem precedentes ao compilar e analisar os principais fatos - tanto artísticos quanto sociais - que marcaram o mundo das letras durante a belle époque brasileira, período compreendido entre os últimos anos do século XIX e o término da Primeira Guerra Mundial.A primeira edição do livro se esgotou rapidamente, sendo que a segunda (1960) seguiu pelo mesmo caminho. Durante mais de quatro décadas, A vida literária no Brasil - 1900 esteve fora de catálogo e se transformou em uma raridade disputada por bibliófilos de todo o país. Agora, finalmente, a obra ganha uma novíssima edição pela José Olympio.

No Brasil, o "1900" caracterizou-se principalmente pela fase de remodelação do Rio de Janeiro. Na tentativa de dar à cidade um aspecto parisiense, o prefeito Pereira Passos iniciou um período de obras que ficou conhecido como "Bota-abaixo". Junto com as ruas da então capital do país, mudava também a literatura brasileira. A Academia Brasileira de Letras foi fundada, a Biblioteca Nacional reabriu em um novo prédio na Avenida Central (atual Rio Branco) e a classe artística começou a se aburguesar.
A vida literária no Brasil - 1900 é uma longa crônica na qual Brito Broca esmiúça um dos mais importantes e férteis períodos da nossa literatura através de detalhes cotidianos e relacionamentos interpessoais.

Em seu texto simples e corrente, o autor não deixa faltar nenhum detalhe: descreve as associações culturais e artísticas, as inimizades, a nem sempre bem-sucedida combinação entre literatura e política, a consolidação do mercado editorial, a especialização da imprensa, os escândalos, o dia-a-dia boêmio. Além de lembrar dos grandes escritores daquela época (Machado de Assis, Euclides da Cunha, Graça Aranha, Capistrano de Abreu, Augusto dos Anjos, Lima Barreto, João do Rio), Broca também abre espaço para aquelas figuras que, mesmo não tendo lançado uma só obra digna de lembrança, foram criadoras de todo um anedotário que entrou para a história da vida literária.

A intenção original de Brito Broca era redigir uma série de quatro livros autônomos contendo crônicas sobre a vida literáriano Brasil, sendo que este consistiria no terceiro volume. O período Colonial e o Romantismo seriam os temas abordados no primeiro; a época do Naturalismo, no segundo; a fase Modernista, no quarto. Tais projetos, entretanto, foram abordados com a repentina morte do autor em 1961. A vida literária no Brasil - 1900, como filho único, fez valer todos os esforços de Broca: é um magnífico estudo sobre as relações entre literatura e sociedade.

Serviço
A vida literária no Brasil - 1900
Brito Broca
336 páginas - R$ 47,90 (em média)
Editora José Olympio

Elza Soares - Cantando para não esquecer - José Louzeiro


A trajetória de uma das maiores musas da música popular brasileira.Ela acaba de receber o prêmio de personalidade representante da raça negra. Sua carreira remonta mais de 40 anos, dos quais viveu 16 ao lado de Garrincha. “Se acaso você chegasse”, seu primeiro sucesso, já evidenciava a voz rouca e vibrante da cantora.Elza Soares – Cantando para não enlouquecer, de José Louzeiro apresenta a trajetória da rainha do drible vocal que teve uma vida marcada por seu estilo exagerado de ser.

Serviço
Elza Soares - Cantando para não esquecer
José Louzeiro
384 páginas - R$ 39,90 (em média)
Editora Planeta

Raposa Serra do Sol - Aldo Rebelo - Editora Thesaurus

O presente trabalho reúne artigos e entrevistas publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela revista Interesse Nacional, e dois breves ensaios inéditos. O índio no imaginário nacional abre a sequência de textos apresentando uma visão otimista da presença indígena na formação social brasileira, em contraponto a uma interpretação derrotista e diminuidora do papel civilizatório de nossos mais antigos ancestrais.

Advogo a ideia do índio protagonista – um protagonismo sofrido e injustiçado, é verdade – em lugar do índio vítima, inerme, física e culturalmente submetido ao colonizador. Evoco as figuras de Ajuricaba, Cunhambebe, Aimberê, Tibiriçá, Poti, Maria Arcoverde, Bartira, Clara Camarão, para destacar a presença viril de homens e mulheres que engrandeceram a história indígena e do povo brasileiro. Indico a influência do índio em nossa cultura, psicologia, culinária e idioma como algo que nos fez mais adaptados para a aventura humana de viver em paz e em cooperação.

O índio e a questão nacional, o último pequeno ensaio, é quase uma advertência sobre os riscos de perdemos essa preciosa herança – a ideia de um povo único, resultado da contribuição indígena, africana e europeia – como consequência das pretensões e ambições de povos materialmente mais desenvolvidos, embora espiritualmente mais primitivos, com suas organizações não governamentais e sua visão depressiva sobre o destino da humanidade.

Os artigos para O Estado de S. Paulo e para a revista Interesse Nacional foram escritos em meio à polêmica em torno da demarcação da terra indígena Raposa-Serra do Sol. Em todos eles procurei depositar a mais profunda gratidão e o mais elevado respeito aos índios, ao povo brasileiro e ao Brasil.

Por fim, esclareço ao leitor que a presença ou não do ingênuo hífen em Raposa-Serra do Sol indica visões distintas sobre a área demarcada. Grafar com hífen, como faço, é também uma denúncia de que Raposa e Serra do Sol são áreas geograficamente distintas, habitadas por tribos e populações igualmente distintas.

Serviço
Raposa-Serra do Sol
Aldo Rebelo
128 páginas - R$ 30,00 (em média)
Editora Thesaurus

segunda-feira, 1 de março de 2010

Contos Mais que Mínimos - Heloisa Seixas



Em tempos de Twitter, em que se tem um espaço de até 140 caracteres para escrever, esses Contos mais que mínimos caem como uma luva para quem ainda pensa que tamanho é documento.

Heloisa Seixas, autora que com grande performance literária transita por romance, conto, crônica e relato, apresenta esses pequenos, mas nem um pouco superficiais, Contos mais que mínimos.

Serviço
Contos Mais que Mínimos
Heloisa Seixas
96 páginas - R$ 23,00 (em média)
Editora Tinta Negra

Uma Esposa Confiável - Robert Goolrick


Outubro de 1907. São quatro horas da tarde e, na pequena cidade no interior de Wisconsin, já está quase escuro. A neve cobre tudo na estação ferroviária, o frio e o vento são implacáveis. Na plataforma, Ralph Truitt, 54 anos, o homem mais poderoso da cidade, espera o trem vindo de Chicago. No seu bolso há uma carta e a foto de uma mulher simples que ele não conhece, mas que aguarda ansiosamente. Tempos antes, colocou um anúncio num jornal à procura de uma 'esposa confiável'. Agora, tenso, conta os minutos para sua chegada e sabe que os olhos da cidade estão sobre ele. Mas a mulher que desembarca do vagão não é a mesma da foto. É deslumbrante, ao contrário daquele retrato apagado, e seus planos são muito diferentes de ser apenas uma 'esposa confiável'. Catherine carrega consigo um antigo desejo de vingança, e todas as dores do passado de Ralph, soterradas durante seus anos de remorso e solidão, virão mais uma vez à tona. O que nenhum deles espera, no entanto, é que forças do desejo e do amor mudarão seus planos traçados com tanto cuidado.

Serviço
Uma Esposa Confiável
Robert Goolrick
Tradução: Cristina Cupertino
280 páginas - R$ 45,00 (em média)
Editora Alfaguara

Amazônia de Euclides - Daniel Piza

Em 'Amazônia de Euclides', o jornalista Daniel Piza refaz a viagem realizada por Euclides da Cunha (1866-1909) no ano de 1905 - quando foi designado para liderar a comitiva mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus - e faz uma leitura comparativa da época com a realidade do local no século XXI. Além de realizar um levantamento daquele rio, Euclides também fez uma análise histórica, social e geográfica do extremo oeste da Amazônia. 'Amazônia de Euclides' conta também com os ensaios amazônicos, compostos por três artigos escritos por Euclides da Cunha e publicados, no ano de 1904, pelo jornal O Estado de São Paulo. Neles ('Conflito Inevitável', 'Contra os Caucheiros' e 'Entre o Madeira e o Javari'), o escritor fundamenta a urgência e a importância da expedição à fronteira com o Peru.

Serviço
Amazônia de Euclides
Daniel Piza
192 páginas - R$ 40,00 (em média)
Editora Leya