sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vultos da República - Humberto Werneck


Fernando Henrique Cardoso prefere mala de cor berrante e não guarda canhoto de cartão de crédito. José Dirceu fica “louco sem um hidratante”, não passa em frente a um espelho sem conferir o visual e tem em casa um quadro pintado por José Sarney. Dilma Rousseff confessa uma única tristeza na vida, a de não ser pintora. José Serra já foi “o galã das meninas” e nunca se sentiu tão bem quanto no palco, como ator. E Marina Silva só escreve com lapiseira e em letra de forma. Detalhes sem importância? Nem tanto, quando se trata de compor um bom perfil jornalístico — gênero em que a revista piauí vem se esmerando desde o primeiro número, de outubro de 2006. Numa era de minimalismo editorial, a piauí tomou uma bem-vinda contramão, dedicando largo tempo e espaço à elaboração de perfis caprichados, que já renderiam algumas coletâneas.

A primeira delas, não fosse este um ano de eleição presidencial, fecha o foco em personagens da cena política brasileira. Não só os que disputam ou já disputaram votos — Serra, Marina, Dilma, Fhc e José Dirceu — como outros influentes “vultos da República”, para usar a rubrica não isenta de ironia que a revista cunhou para uns e outros: o ex-ministro Márcio Thomas Bastos; Sérgio Rosa, presidente do Previ, o maior fundo de pensão da América Latina; e, exceção entre poderosos, o caseiro Francenildo dos Santos, que involuntariamente embaralhou a sucessão do presidente Lula.

Escritos por quatro dos melhores jornalistas brasileiros da atualidade — Consuelo Dieguez, Daniela Pinheiro, João Moreira Salles e Luiz Maklouf Carvalho —, os perfis reunidos neste livro certamente ajudam a iluminar as alternativas eleitorais de 2010. Mais do que isso: por sua alta qualidade, são textos sem data de validade, capazes de sobreviver à circunstância e continuar sendo, muito além de outubro próximo, uma leitura fascinante.

Serviço:
Vultos da República
Humberto Werneck
296 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Autobiografia de um ex-negro - James Weldon Johnson


Protagonista conduz o leitor a uma viagem pela dura experiência de ser negro nos Estados Unidos no final do século 19 e início do 20.

Serviço:
Autobiografia de um ex-negro
James Weldon Johnson
200 páginas - R$ 47,00 (em média)
Editora 8inverso

Os excluídos - Li Yyun


Esse romance é ambientado na China no final dos anos 1970, quando o país começa a vislumbrar um futuro além da Revolução Cultura. A obra narra a história de um grupo de pessoas em uma pequena cidade durante esse período.

Serviço:
Os excluídos
Li Yyun
400 páginas - R$ 49,90 (em média)
Editora Nova Fronteira

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Atravessar o fogo - Lou Reed


Atravessar o fogo reúne as mais de trezentas letras compostas por Lou Reed ao longo de seus quarenta e cinco anos de carreira. Um panorama abrangente da obra de um dos grandes poetas da música popular norte-americana contemporânea.

Serviço:
Atravessar o fogo
Lou Reed
Tradução: Christian Schwartz
794 páginas - R$ 51,50 (em média)
Editora Companhia das Letras

Ética sem moral - Adela Cortina


A moral enfrenta tempos difíceis. Apesar de estar na moda, ela vem sendo pulverizada até mesmo pelos estudiosos da ética, envolvidos em disputas encarniçadas para definir a situação da moral na nova ordem criada pela modernidade. E se já perdeu seus pressupostos, como a metafísica e a religião, a ética parece agora ameaçada de perder sua razão de ser. Dialogando com as diversas éticas atuais, Adela Cortina apresenta e discute uma ética da modernidade crítica, base legitimadora de uma democracia autêntica fundamentada na autonomia pessoal e na solidariedade social.

Serviço:
Ética sem moral
Adela Cortina
336 páginas - R$ 42,00 (em média)
Editora Martins Martins Fontes

O continente em armas - Eduardo Santos Neumann e Luiz Alberto Grijó


Numa linguagem fluente e acessível, o livro narra, interpreta e discute os principais conflitos bélicos no sul do Brasil, como a Guerra dos Farrapos e a Guerra do Paraguai. Sua principal proposta, através dos casos enfocados, é discutir e refletir sobre a guerra.

Serviço:
O continente em armas
Eduardo Santos Neumann e Luiz Alberto Grijó
208 páginas - R$ 38,00 (em média)
Editora Apicuri

terça-feira, 27 de julho de 2010

Geração Beat - Vários autores


A Geração Beat foi o fenômeno literário mais importante da segunda metade do século XX. Influenciou não apenas a literatura e as artes, mas a sociedade como um todo. A abrangência de sua atitude e pensamento ajudou a construir muito do que nosso mundo tem de melhor – o pensamento ecológico, a crescente liberdade sexual e de comportamento, a valorização das culturas ameríndias e orientais. Esse volume especial da Coleção Encontros traz as melhores entrevistas dos expoentes dessa geração.

Serviço:
Geração Beat
Vários autores
Tradução: Sergio Cohn
248 páginas - R$ 24,90 (em média)
Editora Azougue

Inferno - J.A. Strindberg


Inferno é a quarta obra do sueco J. A. Strindberg publicada pela Editora Hedra, depois de Gente de Hemsö, Senhorita Júlia e Outras Peças e Sagas. Com essa publicação finaliza-se um conjunto que abrange todos os gêneros produzidos pelo autor: teatro, conto, romance e autobiografia; além de seus quadros exibidos em todas as capas.

Inferno foi escrito entre 1896 e 1897 e descreve uma crise psicótica sofrida pelo autor enquanto vivia na Paris do final do século XIX. Concebido num momento de profunda solidão e exílio autoimposto, o livro foi escrito originalmente em francês. Mais do que a narrativa autobiográfica de uma grave crise pessoal, Inferno suscita também uma fascinante discussão sobre os processos de criatividade artística e sua relação com os estados de sanidade ou loucura, sendo por isso considerada a obra chave para entender Strindberg.

Foi graças à narração dessa crise, que também representou um terremoto estético e filosófico para o autor, que se compreende sua incessante busca no sentido de um alargamento dos limites da expressão artística e a sua concepção de subjetividade. Razão e desagregação mental, criação artística e alucinação são vistas como regiões limítrofes e aparentadas, sendo a arte apresentada como uma maneira do ser humano lidar com suas vozes e pulsões interiores, dando-lhes uma configuração possível.

Por tudo isso, Inferno está ao lado de outros grandes relatos que dão forma a toda uma época do pensamento moderno e se coloca com uma peça chave para se compreender a arte e a literatura de nosso tempo.

Serviço:
Inferno
J.A. Strindberg
Tradução: Ivo Barroso
234 páginas - R$ 25,00 (em média)
Editora Hedra

Uma casa para o Sr. Biswas - V.S. Naipaul


Uma Casa para o Sr. Biswas é inspirado na infância e adolescência do autor, e a maior ambição de seu protagonista é ter sua própria casa. A história desse personagem irremediavelmente deslocado é recheada de divertidas peripécias, sempre girando em torno da eterna busca de um lar e de uma ocupação satisfatória. Em suas aventuras, está sempre às voltas com parentes, vizinhos e amigos intrometidos, que ora o atrapalham ora o ajudam em sua cruzada.

Serviço:
Uma casa para o Sr. Biswas
V.S. Naipaul
Tradução: Paulo Henriques Britto
664 páginas - R$ 36,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Guerra Mundial Z - Max Brooks


Com Guerra Mundial Z, o norte-americano Max Brooks faz uma paródia dos guias de sobrevivência convencionais e expõe a paranoia coletiva que tomou conta do mundo, em especial dos Estados Unidos, na era Bush. No livro, que dá continuidade ao bem-sucedido O guia de sobrevivência aos zumbis, o autor adota um tom científico nas pretensas entrevistas que conduziu com os sobreviventes do ataque que quase extinguiu a humanidade.

O narrador de Brooks é um integrante da comissão da ONU encarregado de elaborar o relatório sobre o assustador conflito que quase aniquilou o planeta. Da identificação do paciente zero, contaminado nas ruínas de Dachang, na China, até Mary Jô Miller, a arquiteta de elite que pode pagar para se proteger, passando pelo depoimento de um soldado da infantaria que lutou no conflito, nada escapa à verve do autor.

Irônico, Brooks destaca ainda o quanto os homens são ingênuos em achar que podem se defender de pragas e criaturas alienígenas. Governos corruptos e com interesses eleitoreiros podem destruir qualquer Departamento de Defesa, ou conduzi-lo para o front errado. O autor mostra ainda como as sociedades desmoronaram e foram forçadas a se reorganizar após o colapso das instituições que as mantinham, levando as pessoas a atos extremos de heroísmo e altruísmo, bem como de egoísmo e mesquinhez.

Além de recorrer ao fantástico para traçar um painel das reações humanas diante de crises e tragédias inexplicáveis, Brooks tece comentários ácidos sobre temas diversos como o autoritarismo na China e na União Soviética; a falsificação de relatórios de inteligência por parte do governo dos Estados Unidos para justificar a invasão ao Iraque em 2003; o impacto social e ambiental de grandes empreendimentos como a represa de Três Gargantas, na China; a opressão imposta por regimes fundamentalistas, como o talibã no Afeganistão e o tráfico internacional de órgãos, envolvendo países como o Brasil.

Serviço:
Guerra Mundial Z
Max Brooks
Tradução: Rita Vinagre
368 páginas - R$ 49,50 (em média)
Editora Rocco

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Máximas e pensamentos de Honoré de Balzac - Honoré de Balzac


A história de Honoré de Balzac pode ser resumida como a história de um artista que nasceu no momento errado, mas que soube transformar as condições adversas em um poderoso motor para a sua criação artística. Vivendo na primeira metade do século XIX, Balzac conheceu dois dos mais amargos frutos da Revolução Francesa: a transformação do intelectual em uma espécie de proletário do saber e a submissão compulsória do artista aos caprichos da vontade popular, bem mais exigente e cruel que a dos mecenas do Antigo Regime. Sua “Comédia Humana” é o retrato mais vivo e pungente de uma sociedade que se embrutece na luta pelo prestígio e pela riqueza, que são as novas formas de enobrecimento. Este livro – publicado originalmente pouco depois da morte de Balzac – apresenta trechos da “Comédia Humana” transformados em aforismos. Nele encontramos uma síntese perfeita das ideias do autor que, anunciando, através da sua criação, a gênese do nosso mundo burguês: um mundo onde a arte e o próprio saber se tornaram cada vez mais reféns de uma vida calçada na mediocridade e no desprezo dos grandes homens.

Serviço:
Máximas e pensamentos de Honoré de Balzac
Honoré de Balzac
191 páginas - R$ 24,90 (em média)
Editora Martins Fontes

Casa grande e senzala - Gilberto Freyre


Mesclando a linguagem das ciências sociais com o texto histórico-literário, Gilberto Freyre, atendendo suas próprias expectativas, fez com que este livro - mesmo após setenta anos de sua publicação - se mantivesse vivo, atual, sendo considerado uma das mais importantes obras que retrata o pensamento brasileiro e que continua encantando e seduzindo os leitores. Esta edição traz a apresentação escrita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além da atualização e revisão das notas bibliográficas e dos índices onomástico e remissivo.

Serviço:
Casa grande e senzala
Gilberto Freyre
768 páginas - R$ 98,00 (em média)
Editora Global

Negros no estúdio do fotógrafo - Sandra Sofia Machado Koutsoukos


Nos estúdios fotográficos do Brasil no século XIX, compareciam pessoas de todas as camadas sociais, desde a alta sociedade até os mais humildes. Este livro apresenta fotos de negros no Brasil daquele período. Vemos negros livres, libertos, escravos domésticos, até mesmo fotos de presos da primeira penitenciária construída no Brasil. Por meio de vasta pesquisa acadêmica, a autora traça o caminho da produção daqueles retratos, sua significação, sua circulação e seu armazenamento em álbuns. Ao explorar as histórias por trás das imagens, o livro dá vida àquelas personagens, torna-nos íntimos delas, faz-nos pensar em nossos próprios retratos, em nossos próprios álbuns, reaviva nossa memória.

Serviço:
Negros no estúdio do fotógrafo
Sandra Sofia Machado Koutsoukos
360 páginas - R$ 48,00 (em média)
Editora Unicamp

Escritos sobre cinema - André Setaro


Escritos sobre cinema: trilogia de um tempo crítico, de André Setaro, traz para os leitores um valioso acervo de informações, análises e reflexões sobre a arte cinematográfica, produzidas ao longo de 34 anos de crítica diária em jornais baianos. O projeto editorial é de três volumes: o primeiro traz depoimentos, crônicas, artigos e resenhas críticas sobre filmes, atores e diretores representativos da Sétima Arte, no Brasil e em diversos países. O segundo volume, dedicado integralmente ao cinema baiano, é um documento relevante sobre a arte cinematográfica na Bahia. O terceiro é dedicado integralmente à linguagem cinematográfica e consiste em um subsídeo teórico para todos aqueles que quiserem entender o cinema enquanto forma de expressão artística, possibilitando a formação do cinéfilo.

Serviço:
Escritos sobre cinema
André Setaro
656 páginas - R$ 65,00 (em média)
Editora Azougue

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Diplomacia suja - Craig Murray


Quando chegou ao Uzbequistão, Craig Murray era um diplomata em ascensão, e assumia um posto estratégico. A missão do embaixador era clara: fortalecer as relações comerciais entre aquela ex-república soviética e a Grã-Bretanha e, se possível, dar uma mãozinha aos americanos na Guerra contra o Terror.

Deparou-se, contudo, com espinhosas surpresas. Após presenciar um julgamento fraudulento de dissidentes, Murray recebe fotos estarrecedoras, nas quais um opositor do regime aparece, literalmente, fervido até a morte. Ao retransmitir a informação pelos canais do serviço britânico, a resposta foi ainda mais escandalosa, e a mensagem, apesar de encoberta pelo jargão político, era clara: o governo uzbeque é nosso aliado na guerra contra o terror, não interfira.

Apreciador de um bom copo (ou três) e mulherengo contumaz, Murray era pouco afeito ao empolado código de conduta diplomático, e estava longe de ser um modelo de comportamento. No entanto, logo se viu no papel de herói involuntário e foi a público revelar fatos constrangedores que seus colegas e chefes teimavam em ignorar.

Em meio a perseguição política e muita diplomacia suja, Murray fala também de sua conturbada vida pessoal e da paixão por uma stripper de Tashkent, improvável aliada deste ativista acidental que jogou fora uma carreira brilhante para dedicar-se a uma causa que ninguém ousara defender.

Serviço:
Diplomacia suja
Craig Murray
Tradução: Berillo Vargas
472 páginas - R$ 58,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Drama em cena - Raymond Williams


Uma história original da arte teatral, considerada a partir das relações entre o texto e todos os aspectos de sua encenação, tais como a arquitetura dos teatros, os cenários, a música e a correspondente movimentação dos atores. Do teatro grego às encenações contemporâneas, o teatro é visto nesta obra como participante da vida cívica e urbana, ou seja, como parte da história de cada sociedade. Nesse arco de tempo, o autor verifica um fenômeno - de Sófocles a Beckett existe um movimento de aproximação e, posteriormente, de afastamento entre o texto e sua encenação, tendo como ponto de inflexão o drama burguês dos séculos 18 e 19. Para Williams, essa forma teatral foi se tornando insuficiente em relação às questões contemporâneas, ao mesmo tempo em que ganhou uma sobrevida no cinema de entretenimento e na TV.

Serviço:
Drama em cena
Raymond Williams
Tradução: Rogério Bettoni
260 páginas - R$ 62,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

As tecnologias da inteligência - Pierre Levy


Inventário crítico da sofisticada e recente tecnologia que propiciou uma revolução comparável àquela ocorrida com a introdução da escrita na cultura ocidental. Lévy sustenta que a cultura da informática é uma nova forma de assimilação de conhecimento e um novo caminho para a produção intelectual - uma etapa posterior à da expressão oral e escrita.

Serviço:
As tecnologias da inteligência
Pierre Levy
Tradução: Carlos Irineu da Costa
208 páginas - R$ 36,00 (em média)
Editora 34

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A essência do estilo - Joan Dejean


Uma das maiores autoridades em cultura francesa do século XVII, a historiadora Joan DeJean analisa um momento fascinante da história: o reinado de Luís XIV, o Rei Sol, que durou de 1643 a 1715 e durante o qual a França estabeleceu os padrões de sofisticação, estilo e glamour que ainda imperam em nossas vidas. No fim de seu reinado, os franceses tinham se tornado, em todo o mundo, os árbitros em matéria de bom gosto e de estilo, atingindo uma supremacia no comércio de luxo reconhecida até hoje.

Serviço:
A essência do estilo
Joan Dejean
Tradução: Monica Reis
350 páginas - R$ 59,90 (em média)
Editora Civilização Brasileira

O pavilhão dourado - Yukio Mishima


Durante a Segunda Guerra, em Quioto, um jovem assistente de sacerdote frequenta o templo do Pavilhão Dourado, ambiente antes cultuado por seu pai como o lugar mais belo do mundo. Ali, Mizoguchi, adolescente inseguro, introspectivo, que sofre de gagueira e é incapaz de estabelecer verdadeiras amizades, encontra refúgio para suas aflições.

Quando conhece Kashiwagi, deficiente físico muito mais experiente no mundo e no sexo, Mizoguchi desperta para o que chama de mal absoluto. O conhecimento do mal, associado à ideia de perfeita beleza, princípio básico do Pavilhão Dourado, faz com que o jovem alimente sonhos de destruição e autodestruição, estranhas conjecturas sexuais e reflexões sobre o significado dos valores universais, numa tortura mental que revela que o mal e a beleza não estão tão distantes quanto parecem.

Serviço:
O pavilhão dourado
Yukio Mishima
Tradução: Shintaro Hayashi
288 páginas - R$ 48,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Platão - Franco Trabattoni


Um manual introdutório e propedêutico, portanto amplamente acessível a um público leigo, ao pensamento de um dos maiores pensadores de todos os tempos, escrito com a maestria de um autor que se encontra atualmente entre os mais reconhecidos intérpretes de Platão em nível internacional.


Serviço:
Platão
Franco Trabattoni
Tradução: Rineu Quinalia
344 páginas - R$ 47,00 (em média)
Editora Annablume

Beethoven - Richard Wagner


Escrito em comemoração ao centenário de Beethoven, em 1870, essa bela e entusiasmada homenagem pretende mostrar como e por que Beethoven é um dos grandes benfeitores da humanidade. Para Wagner, Beethoven representava o ápice da expressão musical. Esse livro mostra o desenvolvimento do gênio de Beethoven e a sua atitude desafiadora diante da modernidade, inserindo-o num movimento de defesa da afirmação cultural e política alemã.

Serviço:
Beethoven
Richard Wagner
Tradução: Anna Cavalcanti
104 páginas - R$ 29,00 (em média)
Editora Jorge Zahar

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O segundo arco-íris branco - Haroldo de Campos


Argumentos sempre podem correr o risco de obscurecer, sem lograr garantir, o efeito estético que pretendem justificar; a doutrina reiterada a cada passo estará sujeita à contestação, se o ponto de vista de quem lê for diverso do exposto. No entanto, uma coisa é irrecusável: a paixão medular com que o autor persegue seu alvo, através da arte da tradução e da crítica, nos mais diferentes textos, da Bíblia ou da poesia chinesa, à poesia contemporânea ou a um teatro de nenhures.

A qualidade das traduções salta à vista. Por via delas, o que de fato ele busca é algo que se esquiva e só a forma revela. Os textos traduzidos, com sua variedade, dão testemunho do vasto percurso e da complexidade do trabalho. Os pontos luminosos indicam que foi alcançada a meta intermitente e fugidia, graças ao enlace entre o poeta, o tradutor e o crítico (o que, no extremo, faz dele o intérprete dos símbolos babélicos do teatro do mundo).

Essa rara combinação tornou, de fato, Haroldo de Campos uma figura ímpar e inesquecível. Quem não teve a sorte de conhecê-lo vai encontrá-lo aqui de corpo inteiro, mais vivo do que nunca, na exuberância barroca de seu fervor pela palavra. Para ele, a tarefa do tradutor consistia em reconfigurar na língua de chegada, pela transposição hiperliteral, sem perder o mínimo traço significativo, a forma significante do original, conforme a lição de Pannwitz retomada por Walter Benjamin.

Haroldo, inspirando-se na experiência de tradutor de Ezra Pound e no saber linguístico de Roman Jakobson, procura pôr em prática essa proposta radical e difícil. Só o difícil é estimulante, diria uma vez mais o poeta. Reafirma, assim, a lição de Mallarmé de que apenas nas palavras se acha a substância ligeira, alada e sagrada, referida pelos gregos. Somente nelas reside aquele algo que tão bem sabe se ocultar no silêncio, para ressurgir de repente da secreta aliança entre sentido e som: aquilo que, para nós, se faz enigma e assombro e se chama simplesmente poesia. É ela que unifica numa só luz o variado prisma deste livro e guarda, em seu íntimo, o valor mais precioso." Davi Arrigucci Jr.

Serviço:
O segundo arco-íris branco
Haroldo de Campos
288 páginas - R$ 47,00 (em média)
Editora Iluminuras

Minha casa do outro lado do Atlântico - Helene Cooper


Uma menina que cresceu na Libéria durante uma violenta guerra civil. Helene Cooper faz parte de uma família da elite do país. Porém um ataque de soldados rebeldes obriga-os a se mudar para os Estados Unidos, e lá, anos depois, ela se torna jornalista. Em Minha Casa do Outro Lado do Atlântico, a autora conta a época que deixou pra trás o seu país, sua vida e a irmã que tanto amava. Tentando reencontrar suas origens 23 anos depois, ela acaba redescobrindo sua vida, seu passado e sentimentos por muito tempo ignorados.

Serviço:
Minha casa do outro lado do Atlântico
Helene Cooper
Tradução: Luciana Nogueira
336 páginas - R$ 44,90 (em média)
Editora Nova Fronteira

O fantasma da revolução brasileira - Marcelo Ridenti


O historiador Marcelo Ridenti, professor da Unicamp, aborda a luta dos grupos de esquerda especialmente os armados, entre 1964 e 1974. Com base em 35 entrevistas com com ex-militantes políticos, o autor mapeia não só o espectro político da ideologia revolucionária como avalia a sua repercução na cultura brasileira. Sobre o tema, Ridenti já havia organizado "Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV".

Serviço:
O fantasma da revolução brasileira
Marcelo Ridenti
328 páginas - R$ 48,00 (em média)
Editora Unesp

Manoel de Oliveira: uma presença - Renata Soares Junqueira


Manoel de Oliveira é um caso prodigioso da arte portuguesa contemporânea. Desde logo, pela extensão e importância do seu trabalho cinematográfico, que começa em 1931cultivando o cinema de vanguarda, continua em 1942 inventando o neorrealista, regressa em 1971 propondo uma espécie de nouvelle vague, e, sobretudo, a partir de 1978 e do grande Amor de Perdição, realizando dezenas de longas-metragens com uma qualidade de inovação que foi merecendo um progressivo reconhecimento internacional.

O seu princípio mais importante talvez seja o de tratar a vida como teatro, no sentido em que a vida é já representação, e nada pode existir sem os elementos convencionais que lhe dão sentido: se com o teatro se acede à realidade, sem ele fica-se reduzido à natureza. Portanto, o teatro torna-se a verdade do cinema. Manoel de Oliveira propõe formas de representação que exibem as convenções da representação, expondo a artificialidade que faz parte íntima da experiência humana –e criando assim uma arte constantemente surpreendente.

Serviço:
Manoel de Oliveira: uma presença
Renata Soares Junqueira
288 páginas - R$ 42,00 (em média)
Editora Perspectiva

terça-feira, 13 de julho de 2010

Hater - Ódio Mortal - David Moody


A sociedade é abalada por uma onda de crimes e ataques violentos sem motivo aparente e sem relação entre vítimas e agressores. Surge um novo e temido grupo, os "haters", resultante dessa epidemia, um surto coletivo de violência. Guerra bacteriológica? Invasão alien? Mutação genética? As hipóteses se multiplicam, mas a grande dúvida é: restará algum humano para encontrar a cura para esse mal? Um romance apocalíptico, o primeiro de uma trilogia que pretende retratar a paranoia pós-moderna, abordando os melhores temas da ficção científica. Um thriller alucinante, um conto de fadas adulto sobre o sentimento preponderante no século XXI: o medo. Hater vai perseguir seus leitores mesmo após a última página.

Serviço:
Hater - Ódio Mortal
David Moody
304 páginas - R$ 34,90 (em média)
Editora Saraiva

Teatro do Êxtase - Fernando Pessoa


Teatro do êxtase reúne cinco peças de Fernando Pessoa, concebidas como poemas dramáticos e destinadas mais à leitura do que à encenação. O marinheiro (1915), único drama publicado em vida, foi incluído no primeiro número da revista Orpheu e figura, juntamente com Fausto, como sua peça mais importante. Definida pelo próprio autor como um “drama estático”, a obra de matriz simbolista apresenta o diálogo entre três mulheres que velam o corpo de uma donzela, sem nenhuma referência histórica.

A morte do príncipe remonta a Hamlet, de Shakespeare. Trata de um príncipe que alcança, através de sua viagem delirante pelos arcanos da própria alma, uma espécie de êxtase visionário, que o leva a afirmar que a única realidade reside no sonho, isto é, não na própria vida, mas no teatro da vida. Diálogo no jardim do palácio guarda referências platônicas, no que diz respeito à reflexão sobre o amor e à dicotomia entre corpo e alma.

Salomé insere-se na rica tradição de leituras do tema bíblico da mulher fatal, ao apresentar o delírio da executora de São João Batista diante de sua cabeça decepada. Sakyamuni, por sua vez, representa a ascensão de Siddhartha Gautama ao estado de iluminação, em que passa a ser reconhecido como Buda. A morte do príncipe, Diálogo no jardim do palácio, Salomé e Sakyamuni são inéditas no Brasil, permaneceram inéditas durante a vida do autor, e passaram a circular apenas no final dos anos 70, na França, e nos anos 80, em Portugal, quando os manuscritos foram reunidos e transcritos.

Serviço:
Teatro do Êxtase
Fernando Pessoa
130 páginas - R$ 18,00 (em média)
Editora Hedra

Fazes-me falta - Inês Pedrosa


Sucesso de público e crítica em Portugal e no Brasil, Fazes-me falta é um marco na obra de Inês Pedrosa, uma das mais importantes escritoras portuguesas da atualidade. Com uma linguagem sutil, envolvente, Inês compõe uma narrativa com duas vozes distintas - um homem e uma mulher - que se entrecruzam em breves monólogos e, gradualmente, nos apresentam sua intensa relação, num estado indefinível entre paixão e amizade.

Mas esses são personagens que dialogam num contato partido, insólito. Pois a mulher, cuja voz inicia esse romance surpreendente, morreu ainda jovem. É ela, no entanto, quem ampara seu companheiro da perda e da solidão. Entre as lembranças de encontros e desencontros, caberá a ambos dizer o que nunca puderam pronunciar em vida, e curar antigas cicatrizes do passado.

Serviço:
Fazes-me falta
Inês Pedrosa
224 páginas - R$ 37,90 (em média)
Editora Alfaguara

Henderson, o rei da chuva - Saul Bellow


Eugene Henderson é um homem complexo e em crise: riquíssimo, descendente de homens ilustres, criador de porcos, ex-combatente da Segunda Guerra ferido e condecorado. Na meia-idade, depois de dois casamentos e de um punhado de filhos, de incontáveis conflitos com parentes e vizinhos, de dores de dente crônicas, bebedeiras e ameaças de suicídio, ele decide romper com seu passado de erros e empreender uma virada existencial radical. Parte então para a África, em busca de uma humanidade mais “autêntica” e de um sentido para a vida.

Com seu extraordinário domínio da narração em primeira pessoa, Saul Bellow relata pela voz ao mesmo tempo exasperada e cômica do próprio Henderson os encontros e desencontros entre o racionalismo pragmático do personagem e uma África deliciosamente exótica, remota e insondável. Primeiro entre os Arnewi e depois entre os Wariri, povos contrastantes que só têm em comum uma dramática falta de água para a lavoura e o gado, Henderson tenta atabalhoadamente colocar sua energia e seu intelecto a serviço de seus novos amigos, com resultados não menos que desastrosos.

Publicado originalmente em 1958, Henderson, o rei da chuva, com seu protagonista inesquecível, é considerado um dos livros mais saborosos de Bellow. Com alguma licença, pode ser visto como uma variação irônica e bem-humorada, mas não menos humana, do confronto entre a civilização ocidental e a África selvagem descrito por Joseph Conrad em O coração das trevas.

Serviço:
Henderson, o rei da chuva
Saul Bellow
Tradução: José Geraldo Couto
416 páginas - R$ 58,00 (em média)
Editora Companhia das Letras

Surdo e mudo - David Lodge


Desmond Bates está ficando surdo. E a crescente incapacidade de distinguir os sons não faz outra coisa que não seja gerar confusão ? para ele e para todos à sua volta. O que seria um acontecimento dramático na vida de qualquer um toma, neste caso, contornos irônicos: como professor de linguística aplicada, Desmond não tem outra alternativa senão se aposentar, dado o catálogo de mal-entendidos auditivos em que suas aulas se transformaram. O aparelho contra surdez nem sempre funciona, e sua vida pessoal tampouco sai incólume: sem a rotina acadêmica de um ano letivo, Desmond está cansado de ler spams sobre disfunção erétil e de acompanhar a bem-sucedida carreira da mulher, sempre ocupada demais para repetir o que acabou de dizer. Os papéis se invertem quando ele visita seu octagenário e ainda mais surdo pai, que se recusa a buscar auxílio médico.

A existência desse privilegiado e entediado inglês se vê ameaçada quando Alex, uma atraente e desequilibrada aluna de graduação ? numa festa barulhenta onde Desmond não ouve nada direito ?, faz ele prometer que a ajudará com sua tese. Porém, ela parece buscar seu apoio também para questões não tão acadêmicas? Ou seria tudo um grande mal-entendido?

Em seu 13º romance, David Lodge, um dos grandes nomes das letras britânicas e um dos mais bem-humorados romancistas da atualidade, coloca em cena um homem de meia-idade tentando se apaziguar com a surdez e com a proximidade da morte, com a comédia e a tragédia inerentes à vida humana. Mundialmente elogiado, Lodge consegue, em Surdo mundo, tratar profunda e seriamente dos temas da velhice e da mortalidade, numa obra ao mesmo tempo comovente e hilária.

Serviço:
Surdo e mudo
David Lodge
Tradução: Guilherme da Silva Braga
328 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora L&PM

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Oscar Niemeyer e o modernismo de formas livres no Brasil - David Underwood


Este ensaio ilustrado afirma que a atmosfera cultural, social e natural da cidade do Rio de Janeiro foi a principal fonte de inspiração para a obra de Oscar Niemeyer, na contramão da versão dominante da crítica que vê as conquistas do arquiteto brasileiro como de ordem meramente formal. Na ousada visão de Underwood, a trajetória arquitetônica de Niemeyer é uma vigorosa celebração do tropical e do erótico, das paisagens mágicas e do sensual modo de sua cidade natal.

Serviço:
Oscar Niemeyer e o modernismo de formas livres no Brasil
David Underwood
Tradução: Betina Bischof
160 páginas
Editora Cosac & Naify

Contos clássicos de vampiro - Vários autores


Contos clássicos de vampiro reúne os primeiros e mais importantes textos de ficção tendo o vampiro como personagem literária. Presente em diversas culturas ao longo da história, essa “criatura da noite” sempre refletiu as angústias e temores de sua época, mas foi o caldeirão cultural, étnico e religioso do leste europeu que moldou a figura clássica do vampiro como um cadáver que retorna para se alimentar do sangue dos vivos.

A partir do século XVIII, as diversas narrativas que circulavam na Sérvia e na Hungria chamaram a atenção de artistas e do público dos grandes centros, levando o vampiro para uma nova região que ele logo dominaria: a literatura. Esta coletânea abrange um período de cem anos de histórias de vampiros, desde o fragmento de Byron, passando pelo capítulo inicial de Drácula, suprimido por Bram Stoker, até o inédito “A tumba de Sarah”, de F.G. Loring. O leitor conta nesta edição com as obras seminais no campo da ficção, além de um apêndice com algumas das mais representativas produções literárias sobre o tema, como o fragmento do grego Filóstrato, e os poemas de Ossenfelder, Bürger,Goethe e Coleridge.

Serviço:
Contos clássicos de vampiro
Vários autores
Tradução: Marta Chiarelli
266 páginas - R$ 22,00 (em média)
Editora Hedra

Degas Dança Desenho - Paul Valéry


O mais notável texto que o escritor e poeta Paul Valéry (1871-1945) dedicou à reflexão estética em sua vasta produção. Publicado em 1936, o livro aproxima literatura e artes plásticas e traça um perfil valioso do homem e do artista Edgar Degas (1834-1917), que se tornou conhecido tanto por suas ligações com a escola impressionista de pintura quanto por seus frequentes retratos de bailarinas. Valéry mistura reminiscências pessoais de caráter anedótico com análises críticas das questões estéticas levantadas por Degas, compondo assim uma obra original e saborosa.
O projeto gráfico da edição intercala no texto reproduções de quadros, desenhos, esculturas e fotos de Degas.

Serviço:
Degas Dança Desenho
Paul Valéry
Tradução: Célia Euvaldo e Christina Murachco
208 páginas
Editora Cosac & Naify

Parece verdade - Caio Reisewitz


O livro registra a exposição fotográfica Caio Reisewitz – Parece verdade, que esteve em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, de janeiro a de março de 2010. Com uma das mais destacadas produções do cenário contemporâneo brasileiro, Caio Reisewitz busca na paisagem, seja a natural ou a construída pelo homem, o tema para seu trabalho. O livro traz os deslocamentos do artista pelo Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Goiás, Distrito Federal e Paraná –, e por cidades estrangeiras, como Cartagena das Índias, na Colômbia, Frankfurt, na Alemanha, e em Ushuaia, na Argentina.

Com textos do crítico e curador brasileiro Fernando Cocchiarale e de Horacio Fernandez, um dos maiores especialistas de fotografia da Espanha, a edição traz também uma conversa do artista com Miguel Chaia, do Núcleo de Estudos em arte, mídia e política da PUC SP. Reúne, ainda, 130 imagens, incluindo a produção mais recente de Reisewitz.

Serviço:
Parece verdade
Caio Reisewitz
192 páginas - R$ 85,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Carmilla - A vampira de Karnstein - Sheridan Le Fanu


Carmilla (1872) exerceu papel chave na elaboração de Drácula (1897), sendo considerada a obra que forneceu a Bram Stoker a ideia e a inspiração para escrever seu romance. Contribuiu com vários elementos que se tornaram convenções da literatura vampírica e ajudou a cristalizar o caráter erótico associado ao vampiro, tão explorado depois da publicação desta novela. Alicerçada na rica tradição folclórica do leste europeu e nas primeiras produções literárias sobre o tema, Carmilla foi uma das novelas góticas mais populares do século XIX e, desde a filmagem, em 1932, de O vampiro, de Carl Th. Dreyer, vem sendo objeto frequente de adaptações para o cinema, superada apenas por Drácula em número de filmes.

Serviço:
Carmilla - A vampira de Karnstein
Sheridan Le Fanu
Tradução: José Roberto O'Shea
156 páginas - R$ 18,00 (em média)
Editora Hedra

quinta-feira, 8 de julho de 2010

5 Kinolivros - Mariana Zanetti


Os Kinolivros são pequenos “flipbooks”, livrinhos animados que quando passamos rapidamente suas páginas vemos um filme, uma animação. O nome “Kinolivro”, que dá título a toda a coleção da autora, foi inspirado no termo “kino”, que significa cinema em russo, fazendo referência ao cinema construtivista da Rússia, que tinha forte preocupação formal e buscava uma inovação estética com uma linguagem muito próxima das artes gráficas. Os livros tratam de temas simples, por sua própria natureza, e funcionam como filmes de poucos segundos. Todos foram feitos com carimbos de borracha.

Lá vai o trem foi o primeiro dos Kinolivros. Feito há dois anos, sem editora, e vendido independentemente, mostra um trem à vapor passando em uma paisagem fixa. Em sua carga estão estrelas, uma bicicleta e um leão, que pisca no final. Nessa nova versão, a capa é colorida e o livro ganhou um mini poema, como todos os outros da coleção.

Serviço:
5 Kinolivros
Mariana Zanetti
85 páginas - R$ 30,00 (em média)
Editora Hedra

Fora do tom - memórias - Sting


Uma autobiografia sincera e apaixonada dá a dimensão do talento e da persistência de Sting, um dos maiores astros do rock que a Inglaterra já produziu. Com texto autoirônico, ele relembra o drama familiar de seus pais, sua infância e os anos de formação, as primeiras namoradas, as amizades, suas influências musicais e parcerias fundamentais, como o encontro com Stewart Copeland e Andy Summers, que selaria a formação definitiva da banda The Police. Em sua trajetória rumo ao estrelato, o artista dá um retrato fiel da vida na estrada, tocando noite após noite em espeluncas, cabarés e pubs da Europa e Estados Unidos.

Serviço:
Fora do tom - memórias
Sting
Tradução: Cassio Arantes Leite
352 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Cartazes musicais - Kiko Farkas


O premiado designer brasileiro Kiko Farkas criou quase 300 cartazes, entre 2003 e 2007, para os concertos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). Boa parte deles está agora reunida no livro Cartazes musicais. Ao longo das 156 páginas, uma enorme gama de exercícios visuais traduzem graficamente o universo musical da orquestra. Tema, ritmo, proporção, métrica, harmonia, contraponto e tessitura são referenciados por meio de um rico repertório visual, afinado não apenas com a tradição do design gráfico, mas também com a das artes plásticas.

Vistas em conjunto, as diversas soluções adotadas pelo designer afirmam a dimensão experimental dessa empreitada que resultou em belíssimas peças gráficas. A edição bilíngue português-inglês traz apresentação da designer norte-americana Paula Scher, criadora dos cartazes para o Public Theater de Nova York, além de textos do próprio Kiko Farkas, do crítico musical Arthur Nestrovski e de João de Souza Leite, professor de design da ESDI e PUC-RJ.

Serviço:
Cartazes musicais
Kiko Farkas
156 páginas - R$ 49,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Duchamp - uma biografia - Calvin Tomkins


Esta biografia relata os amores, amizades e as oscilações do prestígio de Marcel Duchamp, artista que muitos consideram o mais instigante - e ainda hoje enigmático - do século XX. Seu modo de encarar as coisas o manteve a uma certa distância dos diversos ismos que caracterizaram a arte moderna, embora seja considerado precursor do dadaísmo, surrealismo e da arte conceitual. Na definição do pintor americano Willem de Kooning, ele foi um "movimento de um homem só".

Iconoclasta dos ready-mades, suas obras máximas até hoje desafiam os intérpretes, que fazem elucubrações sucessivas, em leituras esotéricas e alquímicas, e até mesmo neoplatonistas de seus trabalhos. O livro enumera fatos curiosos de sua trajetória como artista: a recusa da obra Nu descendo uma escada (veja a obra no link "ilustração" desta página) no Salão dos Independentes de 1912, em Paris; sua estadia em Munique, que representou uma verdadeira virada em sua vida; o choque provocado em 1917 pela obra Fonte, na mostra da Sociedade dos Artistas Independentes, em Nova York.

Entre os Estados Unidos e a França sobreviveu como dublê de professor de francês e de marchand e dialogou com movimentos como o cubismo, o dadaísmo, o surrealismo e o expressionismo abstrato americano.

Serviço:
Duchamp - uma biografia
Calvin Tomkins
Tradução: Maria Theresa de Resende Costa
588 páginas - R$ 520,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

terça-feira, 6 de julho de 2010

Atualidade histórica da ofensiva socialista - István Mészáros


Em Atualidade histórica da ofensiva socialista – uma alternativa radical ao sistema parlamentar o marxista húngaro István Mészáros propõe um enfrentamento aos “graves problemas de nossa ‘política democrática’” como forma de responder à indagação: o que continua irremediavelmente errado no que se refere às genuínas expectativas socialistas? Fugindo de explicações simplistas que apontam “traições” no momento da chegada ao poder, Mészáros aponta para a necessidade de uma crítica profunda da concepção que vê na disputa dentro do sistema parlamentar um cenário de construção de transformações sociais.

Segundo ele, o discurso político tradicional proclama o sistema parlamentar como “o centro de referência necessário de toda mudança legítima”, tratando como tabu qualquer crítica que sugira algo além de pequenas mudanças em seu funcionamento. O autor de Para além do capital propõe que a alternativa necessária a esse sistema estaria ligada à “questão da verdadeira participação”, definida por ele nos termos de “autogestão plenamente autônoma da sociedade pelos produtores livremente associados em todos os domínios, muito além das restritas mediações do Estado político moderno”.

Mészáros defende a necessidade da criação de uma alternativa estrategicamente sustentável ao sistema parlamentar que liberte o movimento socialista da “camisa de força do parlamento burguês”. Num momento de grande contraste entre as promessas do passado e as condições realmente existentes, o que está em jogo é o “fenecimento do Estado”, uma vez que, apesar de dominar o parlamento, o capital é uma força “extraparlamentar por excelência”.

Assim, o filósofo pauta a construção de alternativas pela busca da “reconstituição radical historicamente viável da unidade indissolúvel das esferas reprodutiva material e política”. Para se transformar a forma como são tomadas as decisões em nossa sociedade, é necessário “mudar radicalmente o desafio ao próprio capital como o controlador geral da reprodução sociometabólica”, o que para ele é inconcebível “pela simples derrubada política do Estado capitalista, muito menos pela vitória sobre as forças de exploração no âmbito de determinada estrutura de legislação parlamentar”.

Esse lançamento tem por base a obra Historical actuality of the socialist offensive: alternative to parliamentarism (Londres, Bookmarks, 2010), composta pelo capítulo 18 do livro Para além do capital (São Paulo, Boitempo, 2002), acrescido de uma introdução especialmente preparada pelo autor para a nova edição.

Serviço:
Atualidade histórica da ofensiva socialista
István Mészáros
Tradução: Paulo Cezar Castanheira
208 páginas - R$ 34,00 (em média)
Editora Boitempo

Ah, se a gente não precisasse dormir - Keith Haring


Neste livro, crianças de diversas idades foram convidadas para comentar obras do artista Keith Harring. As obras são organizadas em temas – símbolos, histórias, emoções, trabalho em grupo, imaginação e diversão – e, para cada uma, há depoimentos descontraídos de crianças, um texto apresentando o trabalho e perguntas que convidam os leitores a contarem suas interpretações dos desenhos de Haring. Um livro – como Keith Haring – repleto de leveza e ironia, inventividade e energia, que estimula a percepção visual e lida com a arte moderna de uma maneira contemporânea.

A edição brasileira vem com uma reportagem exclusiva do jornalista Mario Cesar Carvalho sobre o artista e sua relação com o Brasil. Uma abordagem inédita sobre arte, aprovada pela nova geração de grafiteiros: Osgemeos assinam a quarta capa: “Keith Haring foi sem dúvida um dos artistas da arte pop mais consagrados internacionalmente. Com seu trabalho, atravessou barreiras, superou várias dificuldades e conquistou o mundo”.

Serviço:
Ah, se a gente não precisasse dormir
Keith Haring
Tradução: Cláudio Marcondes
40 páginas - R$ 45,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Frida - suas fotos - Pablo Ortiz Monasterio


Lançado simultaneamente no Brasil – onde terá tiragem única –, México, França, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e outros países da América Latina, o livro revela um acervo inédito que retrata o universo da artista mexicana Frida Kahlo, uma das maiores personalidades latinoamericanas de todos os tempos.

Quando Frida morreu, em 1954, todos os seus objetos ficaram trancados em um dos cômodos da mítica Casa Azul, onde ela morou muitos anos com o pintor Diego Rivera. Cinquenta anos mais tarde, esse tesouro foi aberto, mas somente agora as mais de 400 fotos guardadas são finalmente reunidas numa publicação.

As imagens mostram uma série de autorretratos de seu pai fotógrafo, Frida quando menina, seu estúdio, o encontro com Rivera, seu círculo cosmopolita de amigos e a intimidade com personagens notáveis como Breton, Duchamp, Trótski, Henry Ford, Dolores del Río e alguns brasileiros como Adalgisa Nery. A influência da fotografia em sua obra, suas referências políticas e estéticas, o sofrimento do corpo, as inúmeras cirurgias, e sobretudo a construção de sua impactante figura pública são analisadas em textos de grandes estudiosos de todas as partes do mundo.

Serviço:
Frida - suas fotos
Pablo Ortiz Monasterio
Tradução: Gênese Andrade
524 páginas - R$ 120,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Pê de pai - Isabel Minhós Martins


Uma singela e poética homenagem, com cores e rimas, à cumplicidade entre pais e filhos. Pê de pai traz diferentes formas que o pai pode assumir para agradar o filho: o pai avião, o pai motor, o pai esconderijo, o pai colchão, o pai cofre, e muitos outros.

A portuguesa Isabel Minhós Martins cria uma poesia simples, com cadência e musicalidade, sensível à representação do pai aos olhos da criança. As ilustrações de Bernardo Carvalho combinam poucas e vivas cores para personificar as metáforas do texto. Inventivo e terno, é uma fonte inesgotável de leitura. De filho para pai.

Serviço:
Pê de pai
Isabel Minhós Martins
Ilustração: Bernardo Carvalho
32 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

Medeia - Eurípides


Tendo por base um antigo mito grego, a Medeia de Eurípides (c. 480-406 a.C.) narra a vingança da altiva Medeia contra Jasão, depois que este — após ter conquistado o Velo de Ouro com sua ajuda — a rejeita para desposar a filha do rei de Corinto. Encenada pela primeira vez em 431 a.C., no concurso teatral das Grandes Dionísias em Atenas, a peça obteve apenas o terceiro e último lugar.


Tal resultado refletia não uma suposta inferioridade da tragédia, mas a incompreensão do público diante de um autor que constantemente subverteu forma e conteúdo tradicionais da poesia trágica. A posteridade, no entanto, soube enxergar nesse elemento subversivo um forte aspecto de modernidade: ao deslocar o foco do coletivo para o individual, introduzindo aí os motivos da psicologia humana e dando relevo inédito às personagens femininas, a obra de Eurípides se tornaria um dos pilares da dramaturgia moderna — e a figura de Medeia, uma das mais marcantes de toda a literatura.

O famoso texto de Eurípides - que inspirou numerosas obras, em diferentes épocas, de Sêneca a Pier Paolo Pasolini, passando por Chaucer, Corneille, Jean Anouilh, Heiner Müller, Lars von Trier, Christa Wolf e, entre nós, Chico Buarque e Paulo Pontes, com a peça Gota d'água (1975) — chega agora ao leitor brasileiro em edição bilíngue na apurada tradução de Trajano Vieira, que procurou captar todos os ritmos, as nuances e os traços de modernidade estilística do original.

Serviço:
Medeia
Eurípides
Tradução: Trajano Vieira
192 páginas - R$ 34,00 (em média)
Editora 34

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os cangaceiros - Luiz Bernardo Pericás


O fenômeno do cangaço “independente”, que começou na segunda metade do século XIX e durou até cerca de 1940, tendo sido extensamente estudado por diversos autores. No entanto, boa parte destas obras é de caráter basicamente narrativo e por vezes, escrita em linguagem quase literária. O historiador Luiz Bernardo Pericás foi além da constatação desta lacuna bibliográfica. O resultado desse trabalho é agora publicado pela Boitempo no livro Os cangaceiros – ensaio de interpretação histórica , no qual analisa as bases históricas e a atuação dos grupos do cangaço, como aqueles chefiados por Antonio Silvino, Sinhô Pereira, Corisco e Lampião.

Para o historiador João José Reis, "há tempos precisávamos de um livro que fizesse um balanço exaustivo do que se escreveu sobre este fascinante fenômeno social e cultural do Brasil no século passado. Luiz Bernardo Pericás revira uma vasta bibliografia sobre o cangaço para estabelecer uma certa ordem, e um método, na discussão e compreensão do mundo de Lampião e outros cangaceiros... O livro eleva a análise do cangaço a um patamar superior e serve como inspiração para se pensar outros tipos de banditismo, inclusive nos dias que correm".

O tema – já retratado de forma literária por autores como Graciliano Ramos e José Lins do Rego – é desenvolvido à luz de uma abordagem multidimensional, que toma a estrutura agrária sertaneja “como um forte elo entre a base econômica mais ampla e a superestrutura”, mas não se atém somente a uma interpretação economicista, investigando outros níveis para traçar um quadro complexo do banditismo rural nordestino.

Como aponta na orelha o também historiador Lincoln Secco, na história do Nordeste brasileiro “o cangaço apareceu como a forma pela qual se moviam as contradições típicas de uma sociedade formada por populações errantes, pobres e vitimadas pelo mandonismo local e marcada pela instabilidade”. Segundo Secco, “as vivas descrições geográficas revelam que o autor realmente percorreu o sertão nordestino”, relatando “os casos de violência, torturas, as relações amorosas, o cotidiano, o papel das mulheres e das crianças, a questão racial, os hábitos alimentares, as relações políticas, o coronelismo, as formas de combate, os armamentos e até as malogradas tentativas dos comunistas em dar uma direção programática para aquela forma de banditismo”.

Serviço:
Os cangaceiros
Luiz Bernardo Pericás
301 páginas - R$ 54,00 (em média)
Editora Boitempo

Ócio - Helena Carvalhosa


Ócio reúne obras que Helena Carvalhosa fez ao longo dos últimos 20 anos, algumas das quais já passaram pelo Sesc Pompeia, Pinacoteca do Estado e galeria Aliança Francesa, em São Paulo, e galeria Arauco, em Nuremberg, Alemanha.

Seus objetos são só sensação, como diz sua neta Marina Melo na contracapa do livro. Segundo Helena, “Não sei falar sobre o que faço, não tenho palavras, nem quero. Minha força vem de não saber. Mas os escritos de Manoel de Barros vieram de encontro a meus sentimentos e por aí fui me entendendo nas palavras dele e me sentindo abastecida”. Ócio, com poucas e fortes palavras, é um livro de imagens, e imagens comuns, do cotidiano, que ela ressignifica.

Serviço:
Ócio
Helena Carvalhosa
128 páginas - R$ 44,00 (em média)
Editora Terceiro Nome

Meu vizinho é um cão - Isabel Minhós Martins


Meu vizinho é um cão, das portuguesas Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso, trata das relações de vizinhança, expectativas e preconceitos, territórios e identidades. Uma menina que morava num prédio onde “quase nada acontecia” tem sua vida transformada quando começam a chegar novos moradores aparentemente esquisitos – como um crocodilo que gosta de dar presentes. A menina logo se afeiçoa aos bichos, enquanto seus pais “torcem o nariz”. Mas, na verdade, eles também não são tão normais assim...

As ilustrações de Madalena Matoso promovem um percurso visual pelo prédio – andares, corredores e apartamentos que revelam a personalidade dos recém-chegados –, e escondem detalhes para surpreender o leitor. Junto com o texto despretensioso de Isabel Minhós Martins, autora de Pê de pai, fornecem uma bela história que nos leva a refletir sobre nossa receptividade ao mundo e às pessoas que nos cercam. No texto de quarta capa, a escritora e tradutora Adriana Lisboa convida: “Quem é normal e quem é estranho nesse prédio de moradores tão diferentes? [...] Abra este livro e descubra!”.

Serviço:
Meu vizinho é um cão
Isabel Minhós Martins
Ilustração: Madalena Matoso
32 páginas - R$ 35,00 (em média)
Editora Cosac & Naify

O anti-Édipo - Gilles Deleuze e Félix Guattari


Este é um livro revolucionário, em múltiplos sentidos. Não só porque seus autores o escreveram sob o influxo de Maio de 68, mas sobretudo porque seu alvo é compreender e libertar a potência revolucionária do desejo, dinamitando as categorias em que a psiquiatria e a psicanálise o enquadraram. No centro do conflito está a concepção freudiana do inconsciente como teatro e representação — e sua pedra de toque, o drama de Édipo. Para Deleuze e Guattari, ao contrário, o inconsciente não é teatro, mas usina; não é povoado por atores simbólicos, mas por máquinas desejantes; e Édipo, por sua vez, não passa da história de um longo "erro" que bloqueia as forças produtivas do inconsciente, aprisiona-as no sistema da família e assim as remete a um teatro de sombras.

Com agilidade impressionante, O anti-Édipo combina dispositivos da filosofia, da literatura, da antropologia, da arte, da economia, da ciência, da política e da biologia — além de um sem-número de alusões e citações que correriam o risco de passar despercebidas não fosse o trabalho rigoroso do tradutor Luiz B. L. Orlandi, que dotou esta edição de valiosas notas informativas —, para articular uma crítica radical da cultura que acabou por definir uma das linhas de força do pensamento contemporâneo.

Serviço:
O anti-Édipo - Capitalismo e esquizofrenia
Gilles Deleuze e Félix Guattari
Tradução: Luiz B. L. Orlandi
560 páginas - R$ 59,00 (em média)
Editora 34

Pensamento político de Maquiavel - Fichte


Pensamento político de Maquiavel (Ueber Machiavelli als Schriftsteller; und Stellen aus seinen Schriften, 1807) foi publicado originalmente na revista alemã Vesta. Nele, Fichte intenta arrancar a obra de Maquiavel das interpretações correntes, que reconheciam no autor florentino o exemplo do pensador oportunista que escreve para angariar os favores de seu monarca. Ao contrário, segundo Fichte, a importância do pensamento político de Maquiavel está justamente em não ser apenas mais um modelo transcendental ou ideal de governo como tantos outros, que pouco tem a ver com a realidade, e sim a sabedoria prática resultante da atividade de um homem público em meio aos conflitos políticos de sua época.

Serviço:
Pensamento político de Maquiavel
Johann Gottlieb Fichte
Tradução: Rubens Rodrigues Torres Filho
88 páginas - R$ 16,00 (em média)
Editora Hedra

domingo, 4 de julho de 2010

Viva Pagu - Lúcia Maria Teixeira Furlani


Escritora, jornalista, militante política e mulher de teatro, Patrícia Galvão (1910-1962) lutou com paixão em muitas trincheiras. “Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão”, de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz, coedição da Imprensa Oficial do Estado e da Editora Unisanta, retraça a rica trajetória da musa dos modernistas a partir de amplo material iconográfico e muitos documentos inéditos.

Lucia Maria reuniu documentos de e sobre Pagu durante mais de 20 anos. Na fase final do processo, nos últimos cinco anos, contou com a ajuda do jornalista Geraldo Galvão Ferraz, filho da escritora. O livro traz muitas fotos, mas também desenhos, cartas e textos. Todas as cartas são inéditas, além de fotos e vários textos – como “Microcosmo”, que ela escreveu na prisão, em 1939, e duas peças teatrais inéditas: “Parque Industrial”, baseada no romance homônimo publicado em 1933, e “Fuga e Variações”, escrita em 1952.

Serviço:
Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão
Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz
348 págins - R$ 90,00 (em média)
Editora Imprensa Oficial e Unisanta